Nome de ponte, ganhador de concurso e tradicionalista conheça a história de seu “Bigode”


 Quem nunca ouviu falar na Ponte do Bigode, localizada no trecho entre Dom Pedrito e Santana do Livramento? Pois muitos não sabem que a ponte leva esse nome por causa de um pedritense, chamado Demétrio Xavier Dias, conhecido como Bigode. Casado há mais de 60 anos com a dona Leontina Nogueira Dias, eles vivem no 2º subdistrito de Dom Pedrito, na localidade rural de Caveiras, às margens da BR-293.

 Tropeiro por muitos anos e ganhador de um concurso em que lhe concedeu o apelido de “Bigode”, seu Demétrio relembrou o passado em que, quando tropeiro, chegava a passar mais de um mês na estrada tropeando gado para os mais longínquos rincões do Estado. Questionado sobre o porquê do apelido, ele contou que há cerca de 30 anos venceu um concurso televisionado na cidade de Rivera, o qual o público elegia quem tinha o maior bigode. Desde então, poucos são os que sabem o seu verdadeiro nome.

 Seus pais queriam que o filho estudasse e se tornasse médico, porém ele era um tradicionalista apaixonado pela lida campeira e decidiu seguir a lida no campo, inclusive sendo capataz nos lugares por onde passou. “Gostava de atar um laço nos tentos e sair a camperear”, relembrou seu Demétrio. Pai de cinco filhos, seu Bigode contou que um deles estudou inclusive em Santa Maria e Porto Alegre, mas decidiu seguir os passos do pai e hoje trabalha como produtor rural.

 Quando encerrou o ciclo trabalhando em estâncias e fazendas, seu Demétrio decidiu tentar a vida como comerciante e também acabou criando seu restaurante, onde dona Leontina trabalhava como cozinheira, vindo a se aposentar anos depois.

 No terreno onde fica sua casa, ao lado da nascente do Rio Ibicuí da Armada, seu Bigode plantou diversas árvores das mais diversas espécies, transformando o local em um lugar aconchegante e agradável para os visitantes. Ele contou que muitas pessoas o visitam e passam o dia acampando e pescando no local, inclusive turistas vindos da região metropolitana e até do Rio de Janeiro.

 No terreno em frente à sua casa, do outro lado da rodovia, ele fez o plantio de árvores, realizando um trabalho ambiental digno de aplausos.

 Emocionado ao relembrar suas histórias, e dono de uma vitalidade no auge dos seus 85 anos, o pedritense se despediu deixando as portas de casa abertas às pessoas que queiram o conhecer. 

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