Silvio Bermann


Anitas: a fina flor do Pampa Gaúcho

 O ano era 2003, mais exatamente o dia 15 de novembro. A tradicionalista Gladis Marly Xavier encontrava-se no estabelecimento do senhor Sérgio Severo quando, em determinado momento, solicitou aos senhores Glenio Dias e Paulo Barreto para que promovessem uma cavalgada especificamente voltada para mulheres. Ela mesmo conta como aconteceu: "Me foi respondido: - Por que você não faz? O desafio foi aceito. Convidei a Eva Garcia e lhe disse: - Vamos fazer!".
Nascia ali o Grupo Anita Garibaldi, cuja primeira reunião formal foi realizada no dia 20 de janeiro de 2004, data que ficou registrada como de sua fundação. Mas ainda não havia uma denominação oficial para o mesmo. Esta é outra curiosidade que merece registro: Gladis, Eva e mais algumas cavalarianas pediram audiência com o prefeito – na época Quintiliano Machado Vieira (em seu 2º mandato) - para lhe apresentar a nova entidade. Em determinado momento, no gabinete, Quintiliano chamou alguém de sua Assessoria de Imprensa e pediu: - “Faz uma foto nossa, aqui, com as Anitas!” Elas gostaram tanto da denominação que decidiram adotá-la.

 O tempo passou. Neste ano em curso, as Anitas já realizam sua 15ª cavalgada, que iniciou, na verdade, dia 8 de março, no município de Bagé e percorrerá 67 km até as 16 cavalarianas deste ano entrarem na cidade de Dom Pedrito, onde serão recebidas pelo prefeito, outras autoridades e tradicionalistas às 17h, no Rancho Farroupilha Antônio Cândido da Silva Neto, na Praça General Osório.
A coordenação, em cada cavalgada, fica a cargo de duas integrantes. Neste ano, Taíza Porto e Amanda Amaral Espinosa; já a Anita 2018 é a jovem Naomi Ribas. Todo um pessoal de apoio (inclusive os maridos e amigos das cavalarianas) oferece suporte logístico às que cavalgam, assim como proprietários de estabelecimentos rurais lhes garantem alimentação e descanso nas paradas que fazem ao longo do percurso, entre uma troteada e outra – como diria nosso colega aqui do Folha, o Luiz Carlos Peres.
  
 E é desta maneira que essas mulheres notáveis simbolizam o valor, a fibra e a graça das gaúchas de todos os tempos, pois os feitos de nossos antepassados, que nos orgulham até hoje e se constituem no palanque de nossas tradições centenárias, não seriam possíveis sem a valorosa participação dessas prendas, a quem todos os autênticos gaúchos devem reverenciar e através das quais elegemos a forma de homenagear as mulheres nesta semana que está sendo a elas consagrada.

 Anitas, que assim como as patas de suas montarias levantam a poeira das trilhas e estradas por onde cavalgam, que sua autenticidade e amor pela nossa cultura façam levantar também os brios de todos os gaúchos das terras do Ponche Verde, para que se unam a vocês em camaradagem, telurismo e altivez sulistas que caracterizam esse modo de vida que é só nosso. Carpe diem!

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