Depois de cerca de 16 anos, já nesta gestão do Grupo FML, encerro meu ciclo aqui no Folha da Cidade.
Produzi, neste tempo, centenas de crônicas e milhares de matérias, que vocês leram a cada sábado de suas vidas, sobre os assuntos mais diversos, repercutindo a história da comunidade pedritense nesse perÃodo.
Sempre que pude, priorizei os feitos nas áreas da cultura e da benemerência social; me esforcei para divulgar as incontáveis iniciativas dos clubes de serviço e das entidades assistenciais que tanto fazem pela nossa terra; dividi com vocês minhas angústias e preocupações, mas jamais esqueci de falar em esperança.
Na pessoa do diretor deste semanário, Jesus Melleu da Fontoura, agradeço a todos os colegas com quem tive o privilégio de conviver e a todo aprendizado que acrescentei à minha bagagem existencial, durante a rotina quase diária de trabalho na Redação.
Um homem deve viver de acordo com os valores nos quais acredita. Assim, procurei exercitar aqui no Folha uma verdade que sempre defendo: o trabalho é a forma mais elevada de oração. Ao homem de fé, não basta ajoelhar e rezar, precisa também arregaçar as mangas e produzir algo de bom para contribuir na construção de um mundo mais justo que se idealiza.
E, algumas vezes, posso ter pecado por omissão. Mas, tenham certeza, foram situações bem pensadas e escolhas fundamentadas em outro valor que professo: a verdade é feita para ser defendida sempre, mas dita às vezes. Há situações em que, para fazermos mais bem do que mal, o melhor é ficar calado.
Assim posto, despeço-me com a consciência tranquila. E isto é o mais importante, porque a consciência é o maior vÃnculo que o Homem possui com o transcendente, através dela Deus sopra em nossa mente o que é certo e gostaria que fizéssemos.
Não devo ter agradado a todos, porque isso é impossÃvel. Mas entreguei a este jornal, nesses anos todos, boa parte de um de nossos bens mais preciosos: tempo de vida. E não me arrependo de nada, porque transmutei tudo isso em experiência, uma ferramenta indispensável para me servir no que ainda me espera na vida.
Desejo ao Folha da Cidade êxitos contÃnuos, e aos jovens que me sucedem na Redação, no inexorável processo de renovação que é inerente à própria vida, que se realizem naquilo que fazem. E, se pudesse deixar um conselho, diria: nem tudo tem um preço, há valores sobre os quais não se negocia. E, ao contrário do que diz o ditado, melhor quebrar do que vergar. Um homem só deve se ajoelhar para Deus. Carpe diem!
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