A espera continua: sede do Museu Paulo Firpo segue sem condições de uso

 


Há seis meses, uma reportagem do Folha destacou a situação embaraçosa que impede o pleno funcionamento do Museu Paulo Firpo, principal guardião da memória pedritense. Tomado de goteiras e infiltrações, faz pelo menos dois anos que a entidade está impossibilitada de realizar atividades em sua própria sede, dadas as condições precárias do local. Na ocasião, em conversa com o museólogo Adilson Nunes de Oliveira, foi constatado que as condições da estrutura física tornam algumas salas inutilizáveis, apresentando inúmeros riscos às peças expostas ao público e prejudicando a experiência dos visitantes.

Erguido em 1902, o casarão que abriga o Museu Paulo Firpo desde 1987 recebeu a devida atenção do poder público, pela última vez, em 2007, na gestão de Francisco Alves Dias, o Chiquinho, quando foi construído um anexo nos fundos na entidade. O salão abriga o acervo completo e toda a parte administrativa da instituição, mas já se mostra insuficiente para receber novas peças e objetos de arte.

Outro problema enfrentado há anos pela instituição é a falta de recursos humanos. Atualmente, além de Adilson – que há mais de três décadas dirige o espaço –, o local conta com apenas uma funcionária, responsável pelos serviços gerais. A equipe reduzida acaba acumulando serviços e, consequentemente, enfrentando desvios de função, além de ter o trabalho limitado às funções internas da entidade, visto que a manutenção do acervo exige cuidados constantes.

Apesar de todas as limitações, Adilson realizou três exposições de arte em 2025, mas nenhuma delas sediadas do Museu.

Em abril, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação, Cultura e Turismo de Dom Pedrito, Marco Antônio Rodrigues, afirmou que havia solicitado à Secretaria do Planejamento a realização de reparos emergenciais no telhado do prédio, a fim de minimizar o impacto das goteiras. Cinco meses depois, nenhuma melhoria foi realizada.

Na ocasião, o secretário também afirmou que o Executivo já se movimentava para atender as demandas da entidade e oferecer melhorias ao espaço que, dentre as más condições, não conta com acessibilidade. “É uma casa muito antiga, que precisa de uma reforma. A ideia inicial é derrubarmos essa casa velha e fazermos um prédio novo, mantendo apenas a fachada e a parte dos fundos, que é recente, da época do prefeito Chiquinho”, disse. A ideia havia sido proposta no ano passado pela atual vice-prefeita, Luciane Moura, quando ela ainda estava à frente da Secretaria do Planejamento.

Naquele mesmo mês, uma equipe de engenheiros civis e arquitetos da Secretaria de Planejamento estiveram no Museu fazendo um levantamento da planta do imóvel para dar início a um possível projeto de reforma.

Contatado pela reportagem do Folha na última quinta-feira (18), o secretário-adjunto da pasta, Fernando Pinho, afirmou que “o projeto está na sua fase final de elaboração” e que “na última semana passou pela análise da vice-prefeita, que identificou outras melhorias levantadas no primeiro projeto feito. Deste modo a área técnica tomou nota e fará as alterações propostas”.

Possível solução

Para que o Museu Paulo Firpo volte a ter autonomia para realizar suas atividades, o museólogo Adilson Nunes de Oliveira tem batalhado junto ao Executivo para que uma nova casa seja alugada provisoriamente para abrigar o acervo. Segundo ele, uma reunião foi realizada junto ao prefeito, vice-prefeita e secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação, Cultura e Turismo para avaliar essa possibilidade.

Adilson já tem um imóvel em vista. A casa, que será desocupada nos próximos dias, fica nas proximidades da atual sede do Museu – onde o anexo seria mantido com todo o acervo histórico – e conta com um espaço amplo, acessibilidade e pátio calçado. A locação do espaço teria um custo mensal de R$ 4 mil aos cofres públicos e serviria como sede provisória até a conclusão do projeto de reconstrução do Museu.

O museólogo solicitou uma nova reunião com o Executivo para a próxima semana.

Procurado pela reportagem do Folha para falar sobre a possibilidade de locação, o secretario de Desenvolvimento Econômico Econômico, Inovação, Cultura e Turismo, Marco Antônio Rodrigues, não se manifestou até o fechamento desta matéria.


*Conteúdo originalmente publicado na edição impressa do Folha de 20 de setembro

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