“Tudo às escondidas?”, questiona AuAu dos Pampas sobre obra para abrigar animais; Prefeitura se manifesta

 

Foto: Canil Municipal/Arquivo

Uma denúncia feita pelo projeto AuAu dos Pampas, que visa a proteção e o controle populacional de animais no município através de castrações e campanhas de adoção, ganhou as redes sociais na última quarta-feira (11). No texto, a entidade questiona a execução de uma obra no Ponche Verde que teria como intuito “abrigar cães considerados agressivos” e ressalta que buscou informações com protetores locais “mas até agora ninguém sabe de nada. Tudo às escondidas?”, questionou.

A postagem também enfatiza o descaso do Executivo com o Canil Municipal e faz inúmeros questionamentos sobre a execução da obra, como a aprovação do Conselho Regional de Medicina Veterinária, a condição em que os cães seriam levados para o local, qual o plano de acompanhamento e proteção e quem será o responsável pelo manejo e cuidados diários com os animais.

“Já basta o descaso com o Canil Municipal, onde há décadas os animais foram negligenciados dentro da cidade. Agora imaginem um espaço isolado, de difícil acesso, longe dos olhos da população e dos protetores. Qual a real intenção dessa construção? A transparência é uma obrigação, não um favor. Estamos de olho e vamos cobrar”, concluiu o texto.

A publicação rapidamente ganhou apoio entre protetores e entidades da causa animal. A Appasfa (Associação Pedritense de Proteção aos Animais São Francisco de Assis) afirmou ter sido pega de surpresa com a notícia da obra. Já a ONG Coração Amigo declarou que tem conhecimento sobre a construção e afirmou: “estamos fiscalizando, acompanhando e cobrando diretamente do prefeito”.

Prefeitura se manifesta

Procurada pela reportagem do Folha, a Prefeitura de Dom Pedrito emitiu uma nota na manhã desta sexta-feira (13) comentando o assunto. No comunicado o Executivo “esclarece que a reforma de um espaço localizado no Ponche Verde tem como objetivo ampliar a capacidade de atendimento a cães com histórico de agressividade, visando à proteção da população e ao bem-estar animal” e afirma que “a medida integra uma estratégia de controle responsável e temporário de animais que tenham apresentado comportamento de risco”.

Conforme o texto, “o novo espaço permitirá acolhimento, avaliação clínica, cuidados adequados, processo de ressocialização e, sempre que possível, a reintegração segura desses animais”. O município também afirmou que a iniciativa “não tem caráter de abrigo permanente, tampouco visa ao acúmulo de animais”, mas que se trata de “um ponto de apoio, com infraestrutura adequada, em consonância com normas técnicas e sanitárias para garantir cuidado e atenção” e que “o funcionamento do local terá início somente após a obtenção de alvarás e autorizações de órgãos competentes, como o Conselho Regional de Medicina Veterinária e Vigilância Sanitária”.

“A escolha da localização deve-se à viabilidade técnica e estrutural da área, diante das possibilidades do município. Ao mesmo tempo, estão em fase final as obras na Casa de Passagem Municipal — que servirá como espaço temporário para que os animais sejam cuidados e tratados. As obras já estão 70% concluídas.

A administração municipal também está em processo de estruturação do Conselho Municipal de Bem-Estar Animal, a fim de assegurar participação social, transparência e acompanhamento das ações relacionadas à causa animal”, afirmou.

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