Solenidade de descerramento da placa ocorreu na noite de ontem (21)
Aconteceu na noite desta quinta-feira (21) a cerimônia de reinauguração do prédio da Secretaria de Educação de Dom Pedrito, que após passar por um processo de reforma e pintura, foi “batizado” com o nome da professora, escritora e ex-secretária de Educação, Marília Alencastro Maia (1936-2023).
A proposição foi feita em outubro deste ano pela vereadora Rosemeri Martins dos Santos (Progressistas), sendo sancionada pelo Executivo. “Dona Marília deixou um legado que serve de exemplo para todos, foi uma mestra que merece ser eternizada com seu nome no prédio da secretaria”, comentou Rosemeri.
A solenidade reuniu familiares, amigos e ex-alunos de Marília, e contou ainda com a participação da banda da Escola Alcides Maia (construída enquanto ela esteve frente à pasta) e com um show do músico nativista Capitão Faustino.
“Foi um momento muito significativo. Uma noite feita e pensada pra ela, nos mínimos detalhes. Tenho certeza que ela está vibrando e muito feliz com a homenagem”, destacou a filha e também educadora, Sandra Gonçalves.
Marília, um breve perfil
Gaúcha de São Luiz Gonzaga, Marília mudou-se para Dom Pedrito como bolsista da Escola Nossa Senhora do Horto, onde se formou no curso normal. Graduada em Letras pela Funba (Faculdades Unidas de Bagé), especializou-se em supervisão e em administração escolar.
Foi representante, entre os anos de 1970 e 1985, da 13ª Delegacia de Educação, sendo nomeada, em 1973, como Diretora do Ensino Municipal na gestão de Alcebíades Jardim de Quadros – cargo que voltou a ocupar nos mandatos de Crispim Chaves da Cruz e José Caminha Coelho Leal.
Como educadora, deu a Dom Pedrito, enquanto trabalhava a História da cidade com seus alunos na década de 1960, o título de Capital da Paz; nos anos de 1970 o cognome popularizou-se após a publicação de um de seus poemas “Ode à Capital da Paz”, no extinto Jornal Ponche Verde. O título foi oficialmente reconhecido pelo município em 1988, através de um decreto do então prefeito Quintiliano Machado Vieira.
Marília levou a paixão pelo educação ao rádio, apresentando o programa “Espaço Cultural”, onde comentava textos e as principais dificuldades da língua portuguesa.
Como escritora, publicou mais de 500 crônicas, inúmeros poemas – muitos deles como membro da Sesmaria Cultural – e publicou, em 1990, o livro Dr. José Tude de Godoy : Vida e obra; ela também foi responsável por organizar coletâneas de poetas locais, como Lucidoro Britto e Pascoal Marcelo Brandi.
Entre os diversos prêmios e homenagens recebidos ao longo da carreira, foi reconhecida, em 1998, com o título de “Cidadã pedritense”. Em 2018, foi patrona da 14ª edição da Feira do Livro de Dom Pedrito.
Marília Alencastro Maia morreu em setembro do ano passado, aos 87 anos, deixando sua marca na educação da Capital da Paz e um legado que sobrevive à passagem do tempo.
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