Dom Pedrito é elencado como localidade chave no potencial para Hidrogênio Verde



Os extremos climáticos que marcaram o Rio Grande do Sul desde o segundo semestre de 2023 não são eventos isolados, mas sim uma realidade emergente. Diante desse cenário, a preparação para o futuro envolve repensar a matriz energética como uma maneira de combater o aquecimento global. E é aqui que a importância do hidrogênio verde se destaca, posicionando o Brasil, expoente em energias renováveis, como um potencial equivalente à Arábia Saudita para o petróleo.

Uma das maiores apostas do Rio Grande do Sul em energia sustentável, a produção de hidrogênio verde, está ganhando cada vez mais interesse de empreendedores. O governo gaúcho já assinou oito Memorandos de Entendimento com empresas que buscam instalar unidades relacionadas à cadeia do hidrogênio verde.

Utilizando energia limpa, sem emissões de CO₂, principal causador do efeito estufa, proveniente de fontes como eólica e solar, o hidrogênio verde se destaca como uma alternativa promissora. Ele pode ser utilizado para gerar energia por meio de células de combustível em veículos de todos os portes e atender às necessidades de setores como siderúrgico, químico, petroquímico, agrícola, alimentício, de bebidas e aquecimento de edificações.

O "novo petróleo" já despertou o interesse de nações europeias, especialmente após os desafios no fornecimento de gás russo devido à guerra na Ucrânia. A Alemanha é uma delas.

Um estudo encomendado pelo governo à consultoria norte-americana McKinsey & Company identificou dez localidades no Rio Grande do Sul com condições mais adequadas para a atividade, incluindo Dom Pedrito. A obtenção do hidrogênio verde por fontes renováveis é crucial, e o estado apresenta características ideais.

No entanto, desafios logísticos, infraestruturais e o mercado consumidor incipiente ainda são obstáculos. A embaixadora da Alemanha no Brasil destaca o potencial de cooperação, mas ressalta a necessidade de superar essas barreiras.

Um dos trunfos gaúchos é o Porto de Rio Grande, capaz de exportar a produção, além das oportunidades no mercado interno, como a utilização da amônia verde, produzida a partir do hidrogênio, em fertilizantes. Dom Pedrito se destaca como parte fundamental desse movimento, contribuindo para posicionar o Rio Grande do Sul como um dos estados mais promissores na transição para uma matriz energética limpa.

Via Jornal do Comércio

Postar um comentário

0 Comentários