Prêmio Ramón Torres – Flávio Alves Bueno



Continuamos a série de matérias contando a história de vida de cinco homenageados, que levam o nome de uma medalha do prêmio Ramón Torres.

FLÁVIO ALVES BUENO


Pedritense, nasceu no dia 12 de agosto de 1933, filho de Adelaide Alves Bueno e Arthur Moraes Bueno. A mãe era dona de casa e o pai professor no interior do Município, que ficava todo o ano letivo nas localidades distantes e também trabalhava como mascate.

Com cinco anos, Flávio perdeu a mãe e foi doado a um familiar que residia em Bagé, segundo ele contava aos filhos, esse familiar “judiava” muito dele e, em razão disso, aos 12 anos ele fugiu para Dom Pedrito.

Aos 16 anos, se tornou profissional em sapataria, passando a confeccionar botas e sapatos, até completar 18 anos e ingressar no serviço militar. No Exército ficou até se tornar Cabo e, ao sair, abriu a Sapataria numa sociedade, segundo relatam os familiares Flávio, foi enganado pelo sócio, que durante uma madrugada levou todo o estoque que tinham de matéria-prima (solas, saltos e couros) e o maquinário da empresa.

Nesse difícil momento, ele contou com a fundamental ajuda do senhor Emílio Severo de Quadros (in memorian), pai do senhor Cyro Quadros, que financeiramente lhe deu a possibilidade de continuar na atividade, crescer e, em seguida inaugurou a Sapataria Gaúcha e, na sequência a Esporte Campeã.

Flávio se casou aos 22 anos, com Joana Vallejos Bueno e, dessa união nasceram quatro filhos: Ronal, Regina, Rosângela e Rondelli.

Flávio e Joana se separaram e, logo, ele foi morar em Porto Alegre e lá abriu a Brasília Calçados, onde atendia muitos pedritenses que passavam pela Capital.

Algum tempo depois, retornou para a Capital da Paz e abriu as lojas Stalo Magazine e Stalo Homem.

Em 1974, se uniu a Elizabeth Gonçalves Bueno e, em 1983, oficializaram a união. Do casamento, que durou até o falecimento recente de Flávio, nasceram os filhos, Roger e Régis.

Como esportista, Flávio também teve uma trajetória marcante. Um verdadeiro amante do esporte, torcedor do Grêmio de Porto Alegre e do Botafogo do Rio de Janeiro. Foi campeão em diversas modalidades esportivas. Onde destacamos os títulos de campeão de tiro e na corrida de 2.500m e 5.000m, em sua passagem pelo Exército.

Em Dom Pedrito, fundou três times de futebol, foi Campeão Citadino de Futebol em 1955, fazendo o gol da decisão e fez parte da Seleção de Novatos da Cidade. Como treinador foi campeão citadino pela equipe Esporte Campeã em 2012 e foi delegado da Federação Gaúcha de Futebol.

O seu trabalho no comércio desde a adolescência, também o fez representante da classe. Quando foi presidente da CDL, se manifestou contra o estatuto da entidade que não permitia a arrecadação de valores. Isso foi decisivo para que houvesse a alteração no estatuto e iniciasse a arrecadação de fundos, que mais tarde possibilitou a compra do prédio onde hoje funciona a entidade.

Nessa mesma época, foi presidente do Lar de Meninas e reorganizou a lojística do Carnaval de Rua. Foi um dos precursores na distribuição de bolachinhas e balas no Natal, na época gerava enormes filas de pessoas que vinham inclusive do interior para buscar os saquinhos preparados com bolachinhas e balas. De tanta gente que juntava, até a Brigada Militar auxiliava na organização das filas que faziam a volta da quadra.

Até hoje a loja Esporte Campeã é uma referência na venda de artigos esportivos, que pertence ao filho Roger, que até abre a Sapataria Gaúcha quando algum cliente procura produtos disponíveis no local.

Como ensinamento os filhos relembram o amor que ele tinha pelo comércio, que sempre dizia: em primeiro lugar vem o trabalho.

Flávio, pai de seis filhos, 11 netos, sete bisnetos e um trineto, faleceu aos 88 anos, no dia 2 de julho de 2021, deixando saudade e muitas histórias aos familiares, clientes e amigos.




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