Premiação Ramón Torres: Bernardino de Vargas Royes – Bacará



Continuamos a série de matérias contando a história de vida de cinco homenageados, que levam o nome de uma medalha do prêmio Ramón Torres.

HOMENAGEADO: BERNARDINO DE VARGAS ROYES - BACARÁ

No dia 5 de junho de 1917, em Dom Pedrito, nascia Bernardino de Vargas Royes, filho de Veríssimo Vargas Royes e Anna Luiza de Vargas Royes.

Sua infância foi marcada por perdas significativas. Em tenra idade, perdeu sua mãe, que tanto sentiu. Passou por graves dificuldades financeiras, tendo a rua como sendo sua morada mais frequente.

Mesmo com todos os obstáculos impostos pela vida, teve ânimo e persistência para vencer, seguindo a vida de comerciante. Aos 20 anos, já casado com Antonina, abriu um pequeno comércio próximo à localidade conhecida como “Boi na Brasa”, onde vendia lenha, carvão e cachaça.

Nascia então seu primogênito, Salmanazar e suas aspirações eram de ascender para dar uma vida melhor a sua família. Logo conseguiu adquirir um terreno na rua Sete de Setembro para construir a desejada loja de secos e molhados de Bacará.

Com a construção da loja e a chegada da segunda filha, Nadege, mudou-se com a família para a rua Sete de Setembro, no mesmo prédio onde funcionava a sonhada loja, que denominou “A Imperial”. Mas, Bernardino era conhecido como “Bacará”, e, portanto, resolveu alterar o nome de seu comércio para “Lojas Bacará”. Para todos, costumava dizer “loja das famílias pedritenses”. Inclusive, um de seus lemas era: na minha loja o “freguês é quem manda”.

As primeiras compras para seu estabelecimento comercial foram feitas em Bagé. Todavia, passado algum tempo, e percebendo a necessidade de ampliar seus negócios para melhor atender sua clientela, partiu para São Paulo, onde venceu talvez o maior obstáculo de sua vida, que era o medo de viajar de avião.

Com o crescimento do comércio, motivado sempre por sua família, viu-se mais uma vez agraciado por Deus, com o nascimento de sua caçula Sandra.

Bacará não era só um grande comerciante, focado apenas na vida profissional. Homem de muita fé em Deus, cultivava a virtude da caridade, era também conhecido por ceder moradia para pessoas necessitadas que lhe solicitavam abrigo. Por 25 anos, assumiu juntamente com a senhora Célia Vicente Y Silva, o Asilo Major Alencastro da Fontoura. Não existia dia e nem hora para essa atividade filantrópica, que lhe dava muita satisfação. Foi Venerável Mestre da Loja Maçônica Cruzeiro do Sul IIIª.

Segundo relatos de pessoas que se relacionaram com ele, o convívio era repleto de ensinamentos, e ao som de seu saxofone embalou diversas casas em bailes e carnavais.

Seus netos, Regina, Roberto, Ana Luiza, Luciana, Sandro e Rogério, eram seus maiores amores. Não chegou a conhecer seus bisnetos: Guilherme, Mateus, Rafael, Murilo e Benício, que orgulhosamente ouvem as histórias do bisavô.

Também, por relatos, nutria grande amizade por seus amigos, respeito e consideração por seus funcionários.

Em 2017, a família, pelos 100 anos do nascimento deste grande comerciante, o Bacará, teceu as seguintes palavras: “Querido pai, hoje, se fosses vivo, teria completado 100 anos, e em nossa memória guardamos teu exemplo de caráter, humildade e fraternidade. Para nós, viveste fora do seu tempo, sem escolaridade avançada, mas sábio, com conhecimento ímpar da vida. Nós, tua família te homenagearemos sempre, pois enquanto estivemos contigo, fizeste-nos muito felizes”.

Bernardino de Vargas Royes, faleceu no dia 6 de dezembro de 1995, aos 78 anos, deixando saudades na família e admiração por parte de todos aqueles que conhecem a sua linda história de vida.


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