A medida do governo federal também não impede o tráfego de cargas, a execução de ações humanitárias previamente autorizadas e o tráfego de residentes fronteiriços. O descumprimento das regras levará à deportação imediata, além de responsabilização penal, civil e administrativa.
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No Uruguai, os primeiros casos da doenças foram confirmados no dia 13, quando o governo anunciou a suspensão de todas as aulas, tanto de escolas públicas como privadas, por duas semanas. O país já contabiliza 158 casos (nos departamentos de Canelones, Colônia, Flores, Maldonado, Montevidéu e Salto). No departamento de Cerro Largo, que faz fronteira com a região, inspetores (de trânsito e Polícia Municipal) percorrem os espaços públicos com potencial para maior concentração, reforçando as recomendações de "distanciamento social" emitidas pelo governo nacional. Reuniões, celebrações religiosas e qualquer evento social com aglomeração foram suspensos. Também existem restrições para velórios, a exemplo do que já ocorre nas cidades brasileiras da região de fronteira.
Clima de compreensão
O prefeito de Aceguá, Gerhard Martens (doutor Geraldo), do PSDB, apoia a medida de fechamento da fronteira. “Precisamos impedir a circulação do vírus entre os dois países. O impacto econômico vai ter, mas precisamos pensar nas vidas humanas. O povo está respondendo positivamente e colaborando nas medidas preventivas”, pontua.
Também demonstrando preocupação com o reflexo econômico do fechamento da fronteira, o presidente da Câmara de Aceguá, vereador Edmundo Pichler, do MDB, qualifica a medida como importante. “Sabemos que o comércio do município vai sentir. É uma coisa muito preocupante. Mas acredito que, para pelo menos ver se esta curva (do número de casos associados à pandemia) fica descente, e não ascendente, nos próximos dias precisamos tomar todas as medidas restritivas”, pondera.
Preocupação com economia
O vereador Alfredo Castillos, do PSDB, que integra a Comissão de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Legislativo, respeita a deliberação, mas acredita que as medidas adotadas pelos governos centrais deveriam considerar particularidades econômicas e culturais das fronteiras, principalmente das cidades gêmeas, a exemplo de Aceguá. “O mundo mostrou que não está preparado para lidar com este tipo de situação. Precisamos de ações mais inteligentes. O Mercosul só vê o lado econômico pela perspectiva dos grandes. Mas e o nosso comércio? Como ficam os pequenos?”, questiona, ao observar que supermercados e farmácias devem sentir o impacto do fechamento da fronteira.
Validade
A divisa com o Uruguai era o último limite territorial que permanecia aberto, após restrições impostas pelo Brasil na semana passada a moradores de nove países. O fechamento vale inicialmente pelos próximos 30 dias, mas pode ser prorrogado, caso haja uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As informações são do jornal Minuano.
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