Brasil fecha fronteira com Uruguai para estrangeiros


A fronteira do Brasil com o Uruguai está fechada para estrangeiros vindos do país vizinho. A medida, que mexe com a rotina de Aceguá (divisa com a cidade gêmea de Aceguá), foi publicada pelo governo brasileiro, na noite de domingo, para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. A proibição de cruzar a fronteira não se aplica a brasileiros natos ou naturalizados; cônjuge ou companheiro uruguaio de brasileiro; uruguaios que tenham filhos brasileiros; estrangeiros residentes no Brasil; profissionais estrangeiros em missão a serviço de organismo internacional e funcionários estrangeiros acreditados junto ao governo brasileiro.

A medida do governo federal também não impede o tráfego de cargas, a execução de ações humanitárias previamente autorizadas e o tráfego de residentes fronteiriços. O descumprimento das regras levará à deportação imediata, além de responsabilização penal, civil e administrativa.

Ações semelhantes

No Uruguai, os primeiros casos da doenças foram confirmados no dia 13, quando o governo anunciou a suspensão de todas as aulas, tanto de escolas públicas como privadas, por duas semanas. O país já contabiliza 158 casos (nos departamentos de Canelones, Colônia, Flores, Maldonado, Montevidéu e Salto). No departamento de Cerro Largo, que faz fronteira com a região, inspetores (de trânsito e Polícia Municipal) percorrem os espaços públicos com potencial para maior concentração, reforçando as recomendações de "distanciamento social" emitidas pelo governo nacional. Reuniões, celebrações religiosas e qualquer evento social com aglomeração foram suspensos. Também existem restrições para velórios, a exemplo do que já ocorre nas cidades brasileiras da região de fronteira.

Clima de compreensão


O prefeito de Aceguá, Gerhard Martens (doutor Geraldo), do PSDB, apoia a medida de fechamento da fronteira. “Precisamos impedir a circulação do vírus entre os dois países. O impacto econômico vai ter, mas precisamos pensar nas vidas humanas. O povo está respondendo positivamente e colaborando nas medidas preventivas”, pontua.

Também demonstrando preocupação com o reflexo econômico do fechamento da fronteira, o presidente da Câmara de Aceguá, vereador Edmundo Pichler, do MDB, qualifica a medida como importante. “Sabemos que o comércio do município vai sentir. É uma coisa muito preocupante. Mas acredito que, para pelo menos ver se esta curva (do número de casos associados à pandemia) fica descente, e não ascendente, nos próximos dias precisamos tomar todas as medidas restritivas”, pondera.

Preocupação com economia

O vereador Alfredo Castillos, do PSDB, que integra a Comissão de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Legislativo, respeita a deliberação, mas acredita que as medidas adotadas pelos governos centrais deveriam considerar particularidades econômicas e culturais das fronteiras, principalmente das cidades gêmeas, a exemplo de Aceguá. “O mundo mostrou que não está preparado para lidar com este tipo de situação. Precisamos de ações mais inteligentes. O Mercosul só vê o lado econômico pela perspectiva dos grandes. Mas e o nosso comércio? Como ficam os pequenos?”, questiona, ao observar que supermercados e farmácias devem sentir o impacto do fechamento da fronteira.

Validade
 

A divisa com o Uruguai era o último limite territorial que permanecia aberto, após restrições impostas pelo Brasil na semana passada a moradores de nove países. O fechamento vale inicialmente pelos próximos 30 dias, mas pode ser prorrogado, caso haja uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As informações são do jornal Minuano. 

Postar um comentário

0 Comentários