Informativo Conjuntural detalha perdas em virtude das chuvas


O Informativo Conjuntural, emitido pelo escritório municipal da Emater - período 4 a 11 de novembro - detalha os problemas e as perdas por cultura, em virtude das chuvas que atingiram o município entre o final de outubro e início de novembro. Recentemente, conforme a Federarroz, apenas na lavoura orizícola, o prejuízo foi de R$ 5 milhões.

De acordo com o documento da Emater, os dias secos auxiliam os produtores a seguirem os trabalhos de plantio. A água nas áreas submersas já baixou, assim, é possível avaliar as extensões dos prejuízos.

Outubro foi o segundo mês mais chuvoso do ano, registrando uma precipitação de 417 milímetros, sendo superado por janeiro (523 milímetros). No ano, já foram registrados 1.856 milímetros.

Bovinos de corte: o rebanho do município teve perdas ocasionadas por alague em áreas de várzea destinadas a pecuária, forçando os produtores a concentrar os animais em áreas mais altas, ocasionando superlotação, estragando as forrageiras com super pisoteio. As forrageiras artificiais não podem ser utilizadas por falta de piso adequado, as de verão que já haviam sido semeadas estão perdidas, necessitando refazer, aumentando o custo com fertilizante, semente, combustível, mão de obra e transporte. É contabilizado neste momento uma perda de 5% pelo impedimento do transporte do gado gordo, aliado a diminuição da produtividade futura em função da dificuldade de controlar ecto e endoparasitas, justamente neste período da estação reprodutiva. As avarias nos aramados nas áreas mais baixas são consideráveis.

Bovinos de leite: a produção leiteira do município também foi afetada pelo excesso de chuva, vento e granizo, seja pela diminuição na oferta de forrageiras artificiais já estabelecidas, as de verão implantadas houve perda total, a falta de piso, impossibilitou o pastejo e a aplicação de fertilizantes, a dificuldade de acesso as propriedades pelo caminhão tanque que transporta o leite, faz com que os produtores não consigam dar um destino ao produto, outros não conseguiram ordenhar pela falta de energia elétrica, muitos jogam fora devido a fermentação, pois não conseguem conservá-lo. As agroindústrias não conseguem chegar com o produto até os consumidores devido ao estado das estradas e em alguns locais a água cobriu a estrada. A semana com tempo bom ajudou na recuperação.

Ovinos: nesta atividade, as perdas são vistas em virtude da diminuição da quantidade e qualidade da lã, visto que os animais ficam molhados por longos períodos de tempo. O aumento da infestação de vermes gastrointestinais e de doenças do casco causam perdas de peso em cordeiros e ovelhas, neste contexto já temos uma perda de 12%. As forrageiras de verão que haviam sido semeadas estão perdidas.

Pastagens: nas pastagens, os prejuízos foram pela má qualidade do piso, superpisoteio das áreas mais altas, pois os produtores tiveram que retirar os animais para as partes altas da propriedade. As forrageiras de verão que foram semeadas recentemente estão perdidas. A semana com tempo seco ajudou a baixar as águas e na recuperação.

Apicultura: as perdas na apicultura têm como causa principal as condições climáticas adversas que provocam a lavagem do néctar das flores, diminuindo o fluxo de coleta por parte das abelhas e dificultando a armazenagem do mesmo nas colmeias. A diminuição da quantidade de néctar também ocorre pela queda das flores, fato que se verifica quando grandes volumes de chuva acontecem em um curto espaço de tempo, ainda mais acompanhada de ventos fortes e granizo como foi agora. Esta diminuição faz com que as abelhas para sobreviveram alimentem-se do mel já armazenado. Neste contexto estima-se uma perda de 85% na produtividade, podendo este índice aumentar se o cenário atual persistir por mais tempo.

Arroz: estimamos até o momento uma semeadura de 78% da área prevista de 38.000 hectares, a semana sem chuva ajudou a melhorar as condições de solo para a realização dos trabalhos de plantio e os tratos culturais que em algumas lavouras já estão atrasados, as áreas de plantas mais desenvolvidas já recebem água de irrigação.

Soja: estima-se que 23% da área prevista para plantio já estejam semeadas, calculamos uma perda de 3%, decorrente da alta precipitação concentrada em um curto espaço de tempo, acompanhada de granizo e fortes ventos. Constatam-se fortes erosões carregando, solo, sementes, plantas e fertilizantes. Em consequência àquelas lavouras que não justificam replante, ficarão com um stand de baixa qualidade, sugerindo uma diminuição na produtividade. Outra consequência é o aumento do custo das lavouras, através do resserviço, utilização de novos insumos, tais como, sementes, fertilizantes e combustível. Mão de obra, desgaste de máquinas e transporte. A semana sem chuvas, melhoria das condições de umidade de solo, possibilitou os agricultores voltarem aos trabalhos.

Milho: alguns produtores já estão fazendo o plantio, principalmente os que utilizarão o pivô. As consequências são semelhantes às demais lavouras.

Olericultura: o prolongado período com alta umidade causou o apodrecimento das raízes das culturas de alface, couve, brócolis, rúcula, melão, tomate, morango e outros. Com essa situação climática impossibilitou os tratos culturais, com danos irreversíveis nas lavouras a céu aberto e as que utilizam plasticultura devido a velocidade dos ventos e o granizo. Muitas estufas e túneis sofreram estragos significativos. A atividade tem uma perda de 90%. A semana sem chuva foi de recuperação.

Fruticultura: os vinhedos do município ocorreram injurias físicas, como quebra de broto e comprometimento da área foliar, resultando em diminuição do vigor das plantas, aumentando a propensão de infecção de patógenos nos ferimentos acarretando em queda da produção em torno de 3,92% da área de vinhedos no município de 105 hectares. A semana foi favorável à cultura, permitindo os tratos culturais.

Postar um comentário

0 Comentários