Acidente aéreo de Bagé completa 62 anos




No domingo, 7 de abril de 1957, o avião Curtiss-Comander PP-VCF (papa papa - victor charlie foxtrot), da Varig, levando 35 passageiros e 5 tripulantes, taxiou pela pista do aeródromo de Bagé e decolou. Logo o aparelho sumiu da vista daqueles que haviam ficado em terra. O dr. Jesus Olé, médico naquela cidade, foi ao aeroporto levar o amigo Carlos Alberto Viviano. Como também esperava um parente que chegaria de Porto Alegre em seguida, demorou-se um pouco mais ali, e acabou sendo testemunha ocular de uma tragédia. Menos de cinco minutos após a decolagem do PP-VCF, uma aeronave surgiu no horizonte e veio se aproximando. Enquanto alguns presentes supunham ser o voo que chegava da Capital, outros notaram que era aquele mesmo avião que acabara de decolar e estava retornando.

O dr. Olé relatou ao repórter Joseph Zukauskas, da Revista do Globo, que o avião foi chegando como se fosse pousar. Subitamente, a aeronave, de forma brusca, tornou a subir. A asa esquerda desprendeu-se. Desequilibrada, ela deu um giro de 180 graus, e veio de dorso em direção ao solo. Deslizou por 200 metros e explodiu, incendiando-se. A pista foi invadida por gente que corria em socorro. Estupefactos, os assistentes viram uma tocha humana emergir em meio aos destroços, se afastar, e cair no chão. Esse passageiro, identificado depois como Victor H. Bosse, morreria 30 minutos depois, no hospital. Ninguém sobreviveu ao acidente.

O fogo num dos motores fez o comandante Fernando da Silva Leandro avisar pelo rádio que estava voltando e tentaria o pouso. No acidente, morreram também o ex-prefeito de Cachoeira do Sul, deputado e secretário de Educação do Estado, Liberato Salzano Vieira da Cunha, e sua mulher, Dona Jenny Conceição. Seus corpos foram levados de trem para aquele município, onde uma multidão acompanhou o sepultamento. Como disse Zukauskas em sua reportagem: “A fatalidade, como sempre, decidiu a seu bel-prazer o destino das criaturas”. 

O acidente completa, hoje, 62 anos. Foi o segundo maior do Rio Grande do Sul, sendo superado pelo voo Panair do Brasil 099, operado por um Lockheed Constelation, quando o piloto acabou batendo no Morro do Chapéu, em Sapucaia (saiba mais aqui).

Texto de "Fotos Antigas Bagé".
Avião ficou totalmente destruído

Curtiss C-46 operado pela Varig. Foto: arquivo/Varig




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