Suscetibilidade
“No momento em que perdoamos, nos identificamos com nosso próximo; admitimos nossa falibilidade, reconhecendo nossas deficiências e nossa facilidade em errar”. “...a humildade e o perdão caminham juntos. Eles nos levam às trilhas da compreensão dos equívocos e erros existenciais. Aliás, os enganos são oportunidades de aperfeiçoamento e amadurecimento para todos; são experiências para aprendermos a viver melhor”. “...costumamos confundir, erroneamente, humildade com servidão, submissão e covardia. Ela é, sobretudo, a lucidez que nasce das profundezas do espírito”.
Recorremos a este precioso conceito formulado pelo espírito Hammed, através da psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, na obra “A imensidão dos Sentidos”, para exemplificar esta, que é uma característica muito encontrada atualmente em quase todas as pessoas. Diz-se que uma pessoa é mais ou menos suscetível, ou seja, mais ou menos vulnerável a influências como ações, palavras e pensamentos de outros seres na mesma medida de sua elevação espiritual. Quanto menos uma criatura sabe sobre si, quer dizer, quanto menor for a consciência de uma pessoa sobre o seu papel no mundo, quais as suas responsabilidades como espírito imortal no palco da vida, mais suscetível, mais vulnerável estará aos fatores externos a que fatalmente todos estão expostos.
Por isso a citação acima fala do perdão, pois perdoar significa que a criatura assumiu uma postura de igualdade perante os outros, significa que ela reconheceu que já errou muito, erra atualmente e provavelmente errará futuramente, afinal, o erro faz parte de nosso processo de aprendizagem enquanto espíritos relativamente ignorantes que somos todos os que ainda encarnam no planeta Terra. Em sua tese, Hammed, diz que o perdão e a humildade caminham lado a lado, pois um é a conseqüência do outro – somente se perdoa quando a humildade germinou no coração; somente se é humilde, quando o perdão já estendeu seus frutos aos necessitados de compreensão. Um ponto importante que a reflexão do espírito Hammed nos mostra, é com relação a um tabu, que com o passar das eras se enfraqueceu um pouco, e diz respeito a forma como o perdão é muitas vezes interpretado, ou seja, como sinônimo de fraqueza, submissão ou covardia. Quem pensa assim é, antes de tudo, orgulhoso. A criatura em processo de evolução é tanto menos suscetível, quanto mais estiver focada nas reais necessidades que ela própria carrega. A lucidez a que o mentor espiritual se refere, faz com que o ser sofra menos no percurso espiritual que precisar percorrer. Quer dizer, perdoar não é apenas um ato de amor, é sobretudo, um meio pelo qual o espírito em evolução pode chegar mais rápido ao seu destino. Ignorando as intercorrências do caminho, como a inveja, as ofensas e outros sentimentos desse gênero, a pessoa que tem um longo caminho a fazer, perde menos tempo com paradas desnecessárias.
Mas como chegar a esse estado de elevação? Será que somente raros seres privilegiados conseguem exercitar esta prática de não se deixar abalar por estes dardos sociais? A mudança, certamente, não ocorre do dia para noite, e não é tão simples, é verdade. Contudo, existe um caminho para se chegar a um equilíbrio relativo. O primeiro passo é a identificação por parte do ser, de que ele precisa se reformar, a pessoa tem que querer agir diferente de como vinha agindo até então, constituindo-se, então, a vontade, fator determinante para passar para a etapa seguinte; feito isso, a prática, mesmo sem ser natural no começo, é o caminho para que ela se torne um hábito; em qualquer etapa, a Boa Nova do Cristo deverá ser sempre a base para todo aquele que sinta a necessidade da mudança. Deixar de ser suscetível, é apenas uma das tarefas a que todos devem se dedicar, visto que facilita todas as outras de que o espírito tem a incumbência de realizar em cada encarnação.
Pensemos nisso!
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