Mario Augusto fala sobre o atual momento da administração


 Não é ignorado de todos, o delicado momento vivido no cenário estadual, no que se refere as finanças, e Dom Pedrito não é diferente. Na administração passada enfrentamos quatro anos de pouquíssimos investimentos, tanto é, que quando se anda pela cidade, quase nada de diferente é notado. Mario Augusto, que sempre falou que o seu sonho era ser o prefeito de Dom Pedrito, e talvez tenha alcançado seu objetivo em uma das piores crises já vividas em Dom Pedrito. A escassez de dinheiro não é escondida de ninguém e sem dinheiro, não se faz nada.

 O Folha da Cidade ouviu o gestor durante a semana e recolheu dele o depoimento que apresentamos a seguir:

Folha - Qual é a sua opinião com relação à infraestrutura do município, notadamente aqueles que moram na área rural, no que diz respeito às estradas, diante de um cenário de poucos recursos?      

Mario Augusto – Bom, nós não podemos, em primeiro lugar, fugir de uma realidade de sete enchentes e de uma das maiores crises econômicas que nós já tivemos. Não podemos deixar de considerar que hoje o município não tem uma capacidade de endividamento, ou seja, de se fazer empréstimos, ou melhor, temos condições de endividamento, mas não de empréstimos por que estamos com o nome da prefeitura no CALC, que é outro tipo de cadastro de inadimplentes. O que eu gostaria de fazer nesse momento, seria um financiamento para recuperar o maquinário que temos no parque de máquinas e para poder terceirizar a recuperação de nossas ruas, mas hoje não temos como fazer esse financiamento porque estamos inscritos nesse cadastro de inadimplentes. Eu entendo as preocupações da comunidade, afinal de contas nós vivemos na mesma cidade, eu passo pelas mesmas ruas, pelas mesmas estradas, mas infelizmente temos algumas limitações financeiras e climáticas que nos levaram a esse momento que estamos passando. 
 De qualquer forma, a secretaria de Obras vem trabalhando muito e no meu ponto de vista, na minha avaliação, é um trabalho bem feito, afinal de contas, agora nós estamos priorizando a recuperação dos trechos onde nós temos aqueles borrachudos, que são os maiores problemas enfrentados pela prefeitura, e ainda temos um projeto piloto de recuperação de ruas da cidade onde efetuamos uma experiência num local com cascalho fino e que resolveu o problema dos buracos e do barro nos dias de chuva. Essa é a situação que eu preciso compartilhar e peço a compreensão da comunidade.

Folha – Prefeito, sabemos que este ano a situação financeira não vai ter muitas alterações. Você acredita que para o próximo ano, ou para os próximos anos o cenário seja mais positivo?

Mario Augusto – Eu tenho essa esperança, porque enxergo o cenário econômico já começando, aos poucos, se recuperar. Nós tivemos grandes quedas na nossa arrecadação, seja com o IPTU, com o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que em quinze dias nós tivemos uma queda na previsão, na cifra de R$ 900 mil e somadas a outras previsões, a queda chegou, só este ano, aos R$ 4,5 milhões, além de um corte nos valores de repatriação, onde do R$ 1,1 milhão previsto, nós só recebemos R$ 69 mil, um dinheiro que estava totalmente destinado para cada área, cada setor. Nós temos também um maquinário que foi adquirido quando era prefeito o dr. José Caminha Coelho Leal, mandato que terminou em 1985, então nós precisávamos fazer um financiamento para renovar pelo menos parte desses equipamentos e isso nos causa frustração. Mas nós, resolvendo o problema do FTGS, que é uma dívida que não foi renegociada pelos últimos prefeitos e hoje ela está em mais de R$ 1 milhão, sendo que a primeira parcela que nos foi proposta era de R$ 760 mil, mas nós não temos condições de pagar este valor hoje, numa parcela única, por uma dívida antiga.  O que eu quero é renegociar essa dívida. 
 A minha procuradora e a minha secretaria de Planejamento, a Valéria e a Luciane Moro estão indo a Brasília na segunda-feira, e eu estou tentando não ir, em função das questões econômicas, mas se for preciso, até pelos contatos políticos, eu vou ter que ir com elas para fazer o nosso apelo que já vem encaminhado com o apoio da senadora Ana Amélia, por exemplo, para se fazer essa renegociação da dívida junto à Caixa. Na hora que conseguirmos isso, a prefeitura vai estar com fôlego para fazer financiamentos e fazer as coisas andarem.

Folha – Com relação aos recursos financeiros, existe perigo da folha de pagamento do funcionalismo estar comprometida?

Mario Augusto – Esta é uma preocupação que chegou até nós, já pela secretaria da Fazenda, mas acima de todas as prioridades, nos temos que cumprir com aqueles compromissos já assumidos, então nós vamos honrar com o compromisso da folha da pagamento, custe o que custar. Isso pode custar muito caro para a comunidade, mas nós vamos honrar.

Folha – Prefeito, gostaria de deixar mais alguma mensagem para a comunidade pedritense?

Mario Augusto – As dívidas históricas, como os R$ 19 milhões da Fepan que nós estamos nos enquadrando para diminuir esse valor; a dívida do FGTS, de mais de R$ 1 milhão e a queda na arrecadação tem me tirado o sono, mas eu tenho muita esperança porque eu vejo, por exemplo, uma cidade com uma produção pujante, pois nós nos consolidamos com uma feira do agronegócio no interior do Rio Grande do Sul, com a Farm Show, onde o faturamento foi mais de R$ 5 milhões, superando outros municípios, por isso nós ainda temos esperança de um novo tempo.

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