Simião Carneiro Rodrigues - por onde anda?

Simião Carneiro Rodrigues -
 por onde anda?

 Dom Pedrito, como todas as cidades, possui suas figuras emblemáticas e, com certeza, Simião é uma delas. Talvez por ser uma comunidade interiorana, estes expoentes sejam mais notados do que nos grandes aglomerados urbanos, onde eles passam despercebidos, mais um no meio da massa. Não há quem não conheça ou pelo menos não o tenha visto alguma vez. Andava sempre na rua com seu carrinho de picolés, que no inverno era substituído por um carrinho de mão, onde carregava as bergamotas que vendia nos quatro cantos da cidade, literalmente. Sempre caracterizado com sua indumentária, onde fizesse frio ou calor, o poncho era sempre o companheiro fiel. Completavam o figurino os óculos escuros, chapeu ou a boina, camisa, lenço, bombacha, alpargatas ou botas que as vezes eram de borracha. Simião, apesar da idade avançada, 81 anos, caminhava bastante.

 Ele morava na Rua Carlos Coutinho Cabral, nas proximidades da Cotrijui e vinha de lá todos os dias para a área central e outras regiões para trabalhar e só voltava para casa no final do dia, pois no horário do almoço ficava na rua, onde era visto sob a sombra de alguma árvore. Simião é quase uma unanimidade, admirado por praticamente toda a população, por seu trabalho, por sua garra, características que o tornaram essa figura ímpar.

 O povo de Dom Pedrito deve ter percebido, que pelo menos há dois meses Simião não é mais visto em suas atividades rotineiras. Não é encontrado circulando pela cidade com seu carrinho de picolé ou de bergamota, com seu tradicional poncho de lã. Pois bem. Nosso personagem da história de hoje sofreu um AVC - um derrame, como é popularmente conhecido, que o deixou hospitalizado durante algum tempo. Depois, já com alta hospitalar, Simião não teve mais condições de viver sozinho, em razão de algumas sequelas, características de sua enfermidade. Foi então morar com uma irmã, que por contingências próprias de sua vida modesta e de sua idade também avançada, se viu em dificuldades para cuidar de Simião. Então esta sua irmã recorreu ao asilo. Maneco, administrador da entidade, mesmo sem vagas, condoído da situação de dificuldade enfrentada por Simião, recebeu-o na instituição, onde ele se encontra até hoje.

 Nossa reportagem conversou com Simião, que está ainda em fase de adaptação. Embora o asilo seja um lugar muito aprazível, agora ele não pode, por impedimentos inerentes às sequelas sofridas, circular pela cidade como fazia antes. Mas está muito bem cuidado, como o são todos os que lá moram. Ele está, de certa forma, diferente. Não mais a boina; não mais o poncho de lã, e confessamos que quase não o reconhecemos quando nos deparamos com ele nessa nova indumentária. Assim explicamos e justificamos a ausência de Simião das ruas de Dom Pedrito.



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1 Comentários

Anônimo disse…
Parabéns à equipe do Folha da Cidade, pois esse homem que certamente além de figura reconhecida pela capital da paz , também é exemplo a todos nós, tive reações ao ler a notícia e rever este amigo, triste ao saber de seus problemas de saúde, e muitíssimo feliz e saber que já está bem, e parabéns ao senhor Maneco por recebe-lo no lar, na próxima visita a cidade irei visitar esse velho amigo, abraço a todos ��.