Quem espera notícias tem coração ansioso. Pensem em grandes notícias mundiais: fim ou começo de guerras, tratados, grandes descobertas... Podemos pensar também em importantes notícias de valor pessoal: a cura ou a perda de um amigo, a volta de um filho, a separação ou a reconciliação, uma perda ou um ganho em qualquer terreno... Olhamos ao mensageiro dessas notícias querendo adivinhar, pela postura, pelo tom de voz, que tipo de recado ele vem trazendo. Frequentemente somos nós os mensageiros.
É comum, em tempo de Natal, perguntar em reportagens de jornal e TV que notícias seriam um bom presente para a humanidade. O grande presente de Deus já veio. Agora nós mesmos temos que fazer valer a paz que Deus quis nos oferecer no menino de Belém.
O profeta Isaías, chamado profeta do Advento, anuncia: “Como são belos os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52,7). Quando temos notícias de paz, de alegria, gostaríamos de ter asas nos pés para chegar logo, distribuir e celebrar a felicidade que temos para anunciar.
A grande notícia, a maior e mais importante de todas, é a presença da Palavra de Deus em carne humana: “E o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Não existe notícia maior: o todo-poderoso se torna simples! O “adorado dos anjos” se torna dependente de um casal de trabalhadores de poucos recursos. A palavra de Deus encarnada não veio para nos assombrar com o seu poder: veio para ser solidária com as nossas carências.
Por muito que imaginemos e por mais profunda que seja a nossa teologia, de fato sabemos pouco sobre Deus. Só podemos nos referir a Ele com palavras e imagens simbólicas. Deus é uma realidade que nos ultrapassa, que não cabe nas nossas definições. Mas Deus quis se dar a conhecer em Jesus de Nazaré. Pela vida e pelas atitudes de Jesus, ficamos sabendo da dimensão surpreendente do amor de Deus. Por causa do menino de Belém, somos informados da enorme importância que Deus dá à vida humana, a ponto de participar, de ser “Deus conosco”. Por causa das atitudes de Jesus, sabemos o que Deus nos diz sobre justiça, partilha, solidariedade com os que sofrem, atenção com os pequenos. Por causa dessa criança indefesa, sabemos que Deus nos convida a confiar mais na força do amor do que no poder político, econômico ou de qualquer outro tipo.
O Filho revela Deus e é uma boa notícia. Não revela um Deus prepotente, distante ou assustador. Revela um Deus que nos visita com simplicidade, que quer ser lembrado nas crianças, nos pequenos, nos sem-defesa. Se Deus é assim, para tudo há esperança, não há desamparo que não possa ter remédio. A grande notícia do presépio, a que enche de ternura o coração de tanta gente no Natal, é o despojamento de Deus, se tornando acessível, até vulnerável.
Se o todo-poderoso Deus quis se manifestar sem pompas e exibições de grandeza, quem somos nós para olhar os irmãos com superioridade?
Padre Alex Kloppenburg
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