Taquarembó: há 10 anos, era realizada “cerimônia de desvio do arroio”



Abril de 2020 marca os 10 anos da ocasião em que a então governadora Yeda Crusius (PSDB) realizou a “cerimônia de desvio do arroio” da barragem do Taquarembó, fase importante para seguimento da execução do projeto de construção. Passado uma década e cercada de promessas e expectativas, a obra deveria, já em 2011, estar apta a distribuição de água, no entanto, com o passar dos anos, através de várias paradas, interrupções e frustrações, diga-se, a barragem do Taquarembó consumia recursos além do esperado, pouco avançava e, como é comum na maioria das obras públicas, passou por longos períodos de paralisação, travada pela burocracia estatal enquanto seu canteiro era deteriorado, seja pela ação humana ou ação do tempo.

O jornal Folha da Cidade acompanhou, na ocasião, os festejos, onde a presença de vários políticos, além dos trabalhadores, gerava grandes expectativas, já que a obra impactaria diretamente nos municípios da região. Outro dado preocupante é de que a barragem custou, até 2017, três vezes mais do que o orçado inicialmente - a obra foi projetada para custar R$ 51,9 milhões, para ajudar a irrigar 16,7 mil hectares, mas já consumiu R$ 150 milhões.

A empresa Odebrecht, primeira responsável pela execução do projeto, acabou o deixando, logo após, seguiu um período de indefinição, até a contratação da Sanenco, empresa de Minas Gerais mas que, no entanto, por motivos logísticos e financeiros, acredita-se, não foi capaz de finalizar a barragem.

As barragens regionais, Taquarembó e Jaguari (esta última, com obras em andamento) seriam de extrema importância, em tempos de estiagem severa, a exemplo do o Estado enfrenta neste momento: a barragem implicaria área inundada de 12,6 quilômetros quadrados e poderá abastecer de água a área urbana de Dom Pedrito e irrigar 12,7 mil hectares de terras no município, Lavras do Sul e Rosário do Sul.

Recentemente, foi definida a empresa responsável para a supervisão das obras, um dos passos para a retomada. 

O Folha entrou em contato com o presidente da Associação dos Usuários da Água da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria (Ausm), Edson Silva,  que explicou que a empresa fiscalizadora fez um levantamento do estágio do projeto, o próximo passo é a contratação da nova empresa executora.

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