Pedritense infectada pelo Covid-19 fala sobre a doença: como contraiu, sintomas e recuperação


Mulher, 48 anos, dessa forma, a única pessoa infectada com Coronavírus, comprovadamente através de exame, é identificada desde que o caso se tornou suspeito.

Tudo começou no dia 12 de março, quando ela foi para uma consulta médica na cidade vizinha de Bagé. No dia 15, apresentou os primeiros sintomas. No dia 19, teve conhecimento de que o médico que fez o seu atendimento estava com o vírus. No dia 20, fez a coleta e, no dia 25, teve o resultado positivo para a Covid-19.

Em entrevista realizada pelo Departamento de Comunicação da Prefeitura, a única pedritense (até o momento) que contraiu o coronavírus, deu relato completo sobre como foi o tratamento, período de recuperação e sintomas.

Conforme a equipe da Secretaria de Saúde que realizou os atendimentos, a falta de contaminados na linha de contatos dela, se deve exclusivamente a sua conduta exemplar e colaborativa.

Tu podes falar a respeito da rua experiências? 

Sim, sabe que gostaria muito de falar. Acho que as pessoas devem ter muito cuidado com a disseminação do vírus, pois os sintomas que tive foram muito leves e se a pessoa não for cuidadosa e não estiver atenta, vai ter a doença, não vai sentir quase nada, mas pode transmitir a outras pessoas que podem reagir diferente e resultar em problemas sérios de saúde. Então, para mim pode ter sido fácil (clinicamente falando), passar por essa doença, mas para outros, pode até mesmo ser fatal.

Como foram os sintomas? 

Quando os sintomas chegaram, foi realmente um ataque ao meu organismo. Eu estava bem, sem sentir nada. Repentinamente, começaram os calafrios, dor de garganta, dor no corpo e desânimo. É preciso falar sobre a dor de garganta, ela é muito forte, incomoda demais, é como se algo estivesse cortando a garganta por dentro, é o incômodo mais intenso, mas ao menos em mim durou menos de 24 horas. Outra coisa que vale salientar é o intestino, meu intestino ficou muito mais acelerado, não chega a ser uma diarreia, mas bastava me alimentar, por menos que fosse e, em minutos já estava no banheiro.

Com o passar dos dias os sintomas foram ficando mais leves, tanto que no dia que soube da possível contaminação, achei realmente pouco provável, pois já estava com sintomas a cinco dias e sempre evoluindo para a melhora.

Tiveste medo em algum momento? 

Sim, tive muito medo. Principalmente quando soube que o médico estava doente. Uma coisa é falarem nos meios de comunicação nessa doença, a gente vê como algo muito longe e de uma hora para outra, era uma possibilidade real. Uma doença nova, ninguém sabe ao certo o que pode acontecer. Estava sempre atenta ao meu organismo, não sabia como meu corpo iria reagir, se teria febre, falta de ar e outros. Realmente foram dias muito tensos, difíceis.

Qual foi o período mais difícil? 

Entre os sintomas e receber o resultado, foi a pior fase. Muito difícil, ficar em um quarto sozinha, não poder chegar perto do meu filho, não saber ao certo o que estava acontecendo comigo. Quando chegou o resultado do exame me senti muito mal, não sabia ainda o que poderia acontecer. Se tivesse dado negativo, ok, acabaria ali, era só uma gripe. Mas não, deu positivo. E agora? O que mais vai acontecer? Será que vou ficar mais doente? E a minha família? Foi como uma pancada, um susto maior ainda.

Como foi o acolhimento dos profissionais de saúde de Dom Pedrito? 

Meu Deus, são uns anjos!
Tenho que salientar o atendimento do pessoal da Vigilância Epidemiológica e dos demais profissionais da Secretaria, são sensacionais, sempre muito acolhedores, me tranquilizavam, me orientavam, tiravam dúvidas e me preveniram sobre todas as situações que eu teria de enfrentar. Os profissionais que fizeram o meu monitoramento também foram incansáveis, muito atenciosos, educados, profissionais de grande excelência. Deixo aqui minha reverência e agradecimento a toda equipe.

Como é a tua saúde? 

A única doença pré-existente é hipertensão, mas controlada. Tenho hábitos de vida saudáveis, faço academia três vezes na semana, agora estava em férias, mas também faço aulas de dança duas vezes na semana e estava iniciando a Yoga.

Quem mensagem quer deixar aos pedritenses? 

Só tenho uma coisa a dizer: cuide-se, se puder, fique em casa!
Se hoje nossa cidade está com essa baixa incidência de contaminação, deve-se ao isolamento social. Nós nunca saberemos onde está esse vírus, ele é invisível a olho nu, pode estar em qualquer lugar, não temos como saber se realmente tem ou não mais pessoas infectadas, só saberemos dos doentes. Temos que intensificar os cuidados com a nossa higiene e reforçar a nossa alimentação. Um dia, inevitavelmente todos nós vamos ter contato com esse vírus, temos que nos prevenir, temos que estar fortes e saudáveis para enfrentar esse inimigo e vencer essa guerra.

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