O mandatário recebeu o Folha em seu gabinete e falou abertamente sobre a questão, afirmando, entre outras coisas, que Alberto não compõe mais a cúpula do governo, no entanto, a coligação com o PDT segue. Confira:
Folha: Como está a coligação?
Mário: a coligação que a comunidade elegeu para governar o município está cumprindo seu papel. O Progressistas e o PDT, acompanhado de outros partidos foram sensíveis aquilo que a comunidade pediu naquele momento, que era uma administração séria, diferente de tudo que se tinha e nós estamos colhendo os frutos disso hoje, prova está que estamos tendo investimentos e obras que nunca imaginamos ter depois dos primeiros meses tão difíceis que nós vivemos. Essa é uma coligação entre os partidos. É uma coligação do PP e do PDT: muitas figuras desses partidos não estão fazendo parte mais deste cenário.
Folha: há um antagonismo que já se desenha entre o senhor e o vice-prefeito Alberto?
Mário: o Alberto fez uma escolha. Foi uma escolha dele, não foi minha, de acompanhar pessoas que estão fazendo oposição ao governo e de uma forma imatura, muitas vezes irresponsável. Alberto escolheu o seu caminho, que não é ao meu lado e nem ao do governo. Ele é vice-prefeito eleito, tem o seu gabinete, tem a sua assessoria, pode atender as demandas dos seus amigos, da comunidade, mas como um agente político que é, eleito para o cargo de vice-prefeito, para me substituir em eventuais necessidades, mas ele não faz mais parte da cúpula do governo. Essas conquistas que estamos vivendo, são da equipe que sempre esteve ao meu lado e não daqueles que estiveram por oportunismo.
Folha: recentemente, o senhor fez uma viagem e ele, Alberto, não o substituiu...
Mário: exatamente, pois ele me pediu que não fizesse, pois demitiria cargos de confiança e secretários, inclusive. Demitiria justamente as pessoas que estão ao meu lado trabalhando para uma Dom Pedrito melhor e fez essa escolha para ficar ao lado de quem está contra nós.
Folha: é fato que há uma proximidade do senhor com o PTB?
Mário: tenho uma relação com todos os partidos políticos, inclusive com muitos agentes do MDB. O PTB tem me tratado muito bem como sempre tratei. Tenho uma excelente relação com o deputado Lara, mas mais ainda com os vereadores do PTB na Câmara, Moraes e Lili, que colaboram muito para nossa administração e em muitos momentos que nós precisamos dos votos eles foram parceiros, sabendo que não eram votos para o governo, mas votos para a comunidade, pois nosso trabalho é para a comunidade.
Folha: há um arrependimento de ter coligado com o PDT?
Mário: não, não há arrependimento. Tenho uma grande parceria do presidente do PDT, aliás, de alguém que legitimamente é PDT, que é o Perico, filho do saudoso Oscar Vicente e Silva. O PDT é partido da educação, é um partido que colabora muito em nosso governo e com as figuras que decidiram, de fato, apoiar o governo, mas posso ter me arrependido de uma outra escolha.
Folha: hipoteticamente, quem seria seu vice no próximo pleito?
Mário: temos excelentes nomes, não só nos partidos coligados, mas também dentro do próprio PP. Esse é um debate que prefiro que seja feito mais próximo à eleição. Na Câmara de Vereadores nós temos bons nomes, no meu secretariado nós temos bons nomes. Tanto no PDT quanto no PTB há nomes para oferecer a nossa chapa.
Folha: o senhor acredita que foi um erro político, quer dizer, quando as obras começarem a sair do papel e a cidade tiver algum desenvolvimento, principalmente em termos de infraestrutura, não foi um erro este antagonismo, quem sabe antecipado, de algumas pessoas que outrora lhe apoiaram?
Mário: não estou aqui (como prefeito) fazendo política, estou fazendo gestão. Se eles entendem tanto de política, talvez estejam fazendo a coisa certa. Eu não enxergo assim, porque trabalhamos muito pra chegar nesse momento e talvez, algumas pessoas tenham saído, pois sabem que, de fato, colaboraram muito pouco.
Folha: suas considerações finais
Mário: eu tenho no vice-prefeito Alberto uma figura que foi meu amigo de fato em momentos, inclusive, da minha vida pessoal. Vou ser muito grato a eles por tudo: gratidão é uma dívida que não prescreve. Eu vivo um momento de me dedicar à comunidade e preciso ter ao meu lado as pessoas que pensam na comunidade, acima de tudo, e não os partidos.
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