Silvio Bermann


 Para elas, com amor

 Sei, ainda existem muitos homens machistas, daqueles que não fritam um ovo, nunca pegaram numa vassoura e ainda dependem da mulher para lhes alcançar a toalha na hora do banho. Pior ainda, acham que ela tem a obrigação de recolhê-la depois, molhada, de cima da cama onde a atirou ao sair do banheiro.
Mas os tempos estão mudando. Melhor, já mudaram. A tal dupla jornada, da qual tanto as mulheres se queixaram nos últimos anos – ou seja, depois do trabalho externo, remunerado, ainda ter de chegar em casa e se dedicar às lides domésticas -, esta é cada vez mais compartilhada.

 Sim, os homens estão colocando a mão na massa. Exemplo disto posso contar que aconteceu durante o feriadão: estava eu fazendo umas panquecas, quando recebemos a visita de um jovem amigo que levou seu bebê para conhecermos. Chegou pilotando o carrinho, trazendo na bagagem fraldas e mamadeiras e demonstrou ser um ótimo pai ao desempenhar em nossa frente todas aquelas tarefas que, antigamente, eram prerrogativas das mães: embalar, trocar e dar carinho. Ah, e enquanto atualizávamos a conversa minhas panquecas foram se empilhando, modéstia à parte, de ótima qualidade.

 Resolvi homenagear as mulheres, pelo transcurso de seu dia, em 8 de março, desta maneira: dizendo aqui que não lhes bastam poesias e presentes, embora esses também sejam ingredientes que sempre trazem magia à vida a dois. Mas é fundamental, também, compartilhar a enfadonha e desgastante rotina doméstica para que ela seja menos pesada para todos. Acreditem, homens acomodados: fogão, panelas e louças sujas; roupas, varais e limpeza da casa devem ser vencidos antes de nossas companheiras aparecerem em nossa frente ao final do dia, lindas e perfumadas. Não haverá justiça conjugal se não fizermos nossa parte nesse processo, e presenteá-las com roupas, sapatos e flores será, sempre, complemento, não o essencial.

 A vocês, queridas namoradas, esposas, irmãs, mães, filhas, amigas e, sobretudo, parceiras de caminhada, meu enorme carinho, que inobstante sempre será aquém do quanto vocês merecem. Obrigado por ombrearem conosco nas trincheiras da vida, por compensarem com seu carinho nossas limitações, por nos ajudarem a amadurecer – eis que os homens, mesmo os veteranos, parece que sempre precisam de colo; por serem, enfim, essas pérolas que precisamos mergulhar fundo no mar da vida para, quais tesouros, enfim encontrá-las. Amo vocês. Carpe diem!

Postar um comentário

0 Comentários