Júri condena Leonardo Brittes por tentativa de feminicídio triplamente qualificado




Em um júri marcado por momentos acalorados entre defesa e promotoria – ao qual o juiz Luiz Filipe Lemos Almeida precisou intervir – Leonardo Rodrigues de Brittes foi condenado por tentativa de feminicídio triplamente qualificado. Os jurados entenderam que Brittes teve intenção de matar sua então companheira, Elenize Ribeiro Silveira, fato que aconteceu em fevereiro do ano passado, quando ela foi alvejada com um disparo de arma de fogo na boca. 

O primeiro a ser ouvido foi um dos policiais civis que acompanhou o fato, naquela época, onde ele narrou alguns momentos, como ter feito contato com a vítima, já ferida, no Pronto Socorro, apenas por gestuais – ela, então com o ferimento, impossibilitada de falar. Logo depois, Elenize foi ouvida e sabatinada, tanto por acusação quanto por defesa, dando sua versão sobre os acontecimentos, onde expôs os problemas de relacionamento que possuía com Leonardo, além das sequelas: bala ainda alojada no corpo e um cirurgia de risco, em caso de tentativa de retirada. 

Nos debates, a promotoria sustentou as acusações contra Leonardo, apontando que foram faladas diferentes versões sobre as ações de Brittes, passando por tentativa de suicídio – de Elenize – e disparo acidental, o que não se sustentava, segundo o promotor Leonardo Giron. Argumentou, também, que a arma desapareceu – Brittes disse ter jogado no rio Santa Maria -, além dele ter fugido para Bagé, onde foi preso. 

A defesa de Leonardo, sob responsabilidade do advogado Matter Souza, apontou que em depoimento, o policial civil confirmou – à época, com Elenize – que houve uma disputa pela arma, contexto em que aconteceu o disparo, sem a intenção de Leonardo. Tese apresentada pela defesa, também, foi de que a família da vítima não simpatizava com o acusado. O defensor também observou outros pontos ao qual ele considerava conflitante, como o fato dela, no momento do disparo, estar com o filho no colo. Por fim, salientou as dificuldades financeiras enfrentadas pela família do réu, desde então. 

A promotor fez uso de réplica, reafirmando as provas apresentadas nos autos e solicitando a condenação de Leonardo. Já a defesa reforçou a tese de “desistência voluntária”, pois Leonardo buscou ajuda a Elenize – conforme depoimento de um vizinho – para levá-la ao pronto atendimento. 

Os jurados definiram que Brittes tentou matar a vítima. A pena ficou em sete anos, regime semiaberto. Leonardo já estava, desde o ano passado, detento no Presídio Estadual de Dom Pedrito. 

A defesa afirmou que irá recorrer.

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