Silvio Bermann


 Domingo para tirar
 o chapeu... e se emocionar

 Neste domingo, 29 de abril, comemora-se o Dia Internacional da Dança; em 1969 o ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, anunciava a criação de novos níveis para o salário mínimo e a instituição da Previdência Social Rural; em 1983, argentinos embarcavam para as ilhas Malvinas, a fim de reverenciar parentes mortos na guerra contra a Inglaterra em 1982; em 2002, o governo dos EUA incluía o Brasil na lista negra de 16 países tidos como os mais permissivos em relação à pirataria; em 2004, a ONU autorizava envio de força de paz ao Haiti; também é o dia de aniversário da minha amiga Lauren Krause, jornalista de Dom Pedrito que hoje vive em Nova Petrópolis; e, ainda, é data de saudarmos a 8ª edição do evento denominado Para Quem Você Tira o Chapeu, iniciativa do Rotary Clube Obelisco da Paz e Grupo Amigas da Apae.

 A aludida festa continua acontecendo no Country Clube, a partir das 16h, com convite fixado em R$ 40,00, renda em benefício da Apae, com direito a chá e deliciosos acompanhamentos, apresentações artísticas, confirmação de 150 madrinhas de alunos apaeanos e, é claro, a homenagem para a pessoa que, este ano, será escolhida pelo voto direto e secreto das 20 integrantes do Rotary Obelisco.

 A vida é cíclica, os fatos são recorrentes, qual fenômeno de Déjà Vu. E nós, da imprensa, lidamos com a realidade que temos o dever profissional de divulgar tentando, a cada vez, imprimir-lhe nova roupagem que agrade mais e chame atenção do público que é objetivo-fim de nosso trabalho. Mas, às vezes, como num looping temporal acabamos nos rendendo a pessoas, circunstâncias e suas histórias, que por singulares e verdadeiras que foram não podem – e não devem – ser alteradas de nenhuma maneira.

 Não sei quem será a pessoa a ser homenageada neste domingo. Quando esta crônica é publicada, na véspera do evento, apenas as três rotarianas integrantes da comissão que contou os votos de suas colegas, detêm o nome que se somará às demais sete personalidades de destaque nesta terra, imortalizadas em anos anteriores.

 Mas, de uma coisa eu sei: que Antônio Carlos da Silva Alves, sapateiro e advogado, embora não se faça mais presente na sua forma física, para, impecavelmente trajado, tirar seu chapeu às pessoas que forem chegando à festa, será presença espiritualmente sentida por todos que lá estiverem neste domingo. E será evocado e homenageado tanto quanto o nome anunciado para receber o texto elaborado pela Valéria Brinhol Pilecco, com a maestria e sensibilidade com que escreve sobre o nome exaltado em cada ano.

 Sobre o que disse acima a respeito das recorrências, no dia 28 de março de 2015, aqui nesta página do Folha da Cidade,escrevi assim:

 “Aprendi a respeitar o dr. Antônio, primeiramente pela sua história de vida guerreira, onde sustentou a família e criou seus filhos desempenhando a nobre profissão de sapateiro, para a qual nunca virou as costas. Depois, por ter perseguido seus sonhos, formando-se em Direito e tendo conquistado lugar de destaque entre seus colegas pedritenses, por quem é admirado e respeitado. E, para ficarmos por aqui, resumindo as causas de nossa admiração pelo dr. Antônio, também pelo seu jeito otimista e alegre de ser, a quem nunca falta um sorriso, uma palavra agradável, um cumprimento e, principalmente, o famoso assobio.

 Antes de o sapateiro e o advogado, é o homem sábio que encara a vida como um presente de Deus, aquele que se revela nas notas que saem de sua boca, qual um bico de passarinho que saúda com seu canto cada manhã que lhe é presenteada, e assim nos sugestiona a seguir seus passos de gratidão, de fé e de amizade. Este, certamente, é um homem para quem tiro o chapeu, dentre outros igualmente notáveis que, com certeza, serão citados nessa promoção do Rotary Obelisco...".

 Compareçam, pois, todos os que puderem, a esse evento tão importante que leva a assinatura dessas queridas amigas do Rotary Obelisco e da Apae, não apenas para homenagear pessoas que são queridas da comunidade mas, também, para angariar recursos que serão muito úteis àquela instituição que conta, hoje, com quase 150 alunos dos mais diversos perfis de necessidades especiais. Seja nossa participação um voto de apoio a causa tão nobre, um poema de reconhecimento aos feitos de mais um pedritense por nascimento ou adoção em prol desta terra; e, ainda, mais uma melodia assoviada pelo dr. Antônio, de onde quer que esteja nos observando com aquela cara de guri sapeca que a todos cativava. Carpe diem!

Postar um comentário

0 Comentários