Coluna Espírita

Constituição efêmera

 Em outros lances já nos referimos a essa característica, por assim dizer, de nós, seres humanos. Fora a nossa essência espiritual, tudo o mais é passageiro, as dores e as alegrias; as vestes e o próprio corpo físico. Uma coisa que é lógica, mas parece que muitos de nós não nos apercebemos é o fato de que vamos morrer. Isso mesmo. Dentre todas as criaturas terrestres, somos a única que tem consciência dessa fatalidade. Todas as demais estão tranquilas e da vida não esperam mais do que o alimento diário e a instintiva chance de se reproduzir no intuito de perpetuar a espécie. Desde que o clarão do espírito passou a iluminar os primeiros hominídeos, as indagações fazem parte de nossa evolução. Decorridos milênios de seleções e adaptações, alcançamos um bom nível tecnológico, porém, estamos muito aquém daquilo que seria satisfatório em termos de civilidade. Chamamos a atenção para esse ponto, dadas as inúmeras demonstrações de completo descompasso no comportamento de muitas pessoas. Criamos situações-problema pelas mínimas contrariedades sofridas. Agastamos-nos pelas menores ocorrências diárias. Reclamamos do frio, do calor e da chuva. Se pagamos por determinado serviço, que por um motivo qualquer não está a contento, achamo-nos no direito de humilhar, reclamar, maldizer. No lar, se a comida não é servida na hora certa, se a camisa não ficou bem passada, já há motivo para demonstrações de tirania doméstica. Já não é de agora que referimo-nos ao fato de que a maioria das patologias físicas é ocasionada por nós mesmos. Excluído o componente cármico, em que todos pagamos pelos atos mal conduzidos do passado, somos nós quem lesionamos nosso corpo astral e cedo ou tarde arcamos com as consequências da falta de zelo com o carro físico. Já é fato comprovado cientificamente e embora pese aos materialistas aceitar, que o pensamento influencia diretamente em nossa condição física. Inúmeras pesquisas demonstraram, por exemplo, que pessoas que cultivam uma fé, adoecem menos do que aquelas que não creem em nada e aquelas quando adoecem, recuperam-se mais rápido. A que se deve isso? À força do pensamento, é claro. O que é a fé senão um pensamento forte, sadio, direcionado ao bem? É curioso ver como a maioria de nós vive como que em um mundo paralelo, imaginário. Criamos uma atmosfera voltada para o consumo. Elegemos modelos de felicidade equivocados em que o culto ao dinheiro, à beleza física, ao status social representam o ideal, o objetivo da maioria, e quando essa massa desorientada não alcança o fim visado, surgem as patologias morais como a depressão e os transtornos de toda ordem, bem como as doenças físicas propriamente ditas. Como se pode ver, é pouco inteligente de nossa parte dar maior importância do que realmente merecem aquelas que podemos denominar de: questiúnculas do cotidiano. Ao final desse curto período a que chamamos vida, todos devolveremos ao reservatório orgânico a parcela de matéria que nos foi concedida para o cumprimento de nossa missão. Abandonaremos a indumentária carnal em velocidade variante em cada um de nós. Chegaremos ao mundo espiritual, nossa verdadeira pátria, carregando em nós mesmos os méritos ou os débitos de mais uma encarnação. Colheremos o fruto de nossa própria sementeira. Procuremos cada um, dar o verdadeiro sentido a sua vida. Saiamos do automatismo de nossas rotinas e demos um rumo mais racional a nossa existência. Pensemos nisso!

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