Esboço sobre a imprensa pedritense


 Depois de tantos trabalhos aqui publicados a cada semana, onde damos pequenas pinceladas na tela da história pedritense, ora falando sobre prédios e lugares, ora falando sobre pessoas e seus feitos, hoje, trazemos um pouco da trajetória da imprensa em Dom Pedrito, notadamente a impressa, que tem o condão de eternizar em suas páginas aquilo de que tratou em determinada época, servindo, assim, como documento histórico, marca dos hábitos e costumes do povo, para que no futuro, outros possam, ao compulsar-lhes as páginas amareladas pelo tempo, conhecer, relembrar e quiçá, reviver, momentos bons e ruins.

 As informações que chegam ao leitor hoje, como tantas já que já apresentamos, só foram possíveis devido ao desprendimento do professor e diretor do Museu Paulo Firpo, Adilson Nunes de Oliveira, que através de sua cultura singular, sempre nos fornece os subsídios para que possamos produzir estas matérias especiais. Deste modo, tivemos acesso a um álbum comemorativo ao centenário do aparecimento da imprensa em Dom Pedrito, publicado em 1980, ano em que o museu completava 12 anos de fundação. Nesta obra que interessa a todos, os trabalhos de pesquisa e texto foram feitos por Adilson Nunes de Oliveira, Diva Elena Fialho Bueno, Maria Regina Machado da Luz Leitão e Zairy Gularte Vian.

 Falaremos rapidamente sobre os principais jornais da cidade, aqueles que pela sua importância e pela sua duração, foram e são ainda, os que mais se destacaram. Sobre os demais, convidamos os leitores a conferirem a edição impressa do dia 17 de fevereiro.

 A “Gazeta Pedritense” – fundada em 1º de janeiro de 1880, por Francisco José Ferreira Camboim Filho, a história da Gazeta Pedritense pode ser dividida em duas fases: a primeira, de 1880 a 1890 e a segunda, de 1907 a 1918. Em 1883, com a mudança do fundador para a cidade de Santa Maria, a Gazeta passou para a propriedade e direção dos advogados Gavino Machado da Silveira e Rodolfo José Gomes, até 1886, quando ficou sob a exclusiva propriedade desse último jornalista. Com a cessação das atividades do “Imparcial”, jornal republicano da época, em 1887, Rodolfo José Gomes e Zeferino Cabreira da Rosa adquirem o seu material tipográfico, assumindo, assim, a direção da sociedade mantenedora da Gazeta Pedritense. A gráfica, nesse início, foi à Rua  15 de Novembro, nº 43, hoje Rua Rui Barbosa). Já em 1884, durante toda a sua segunda fase, a gráfica estava situada em frente à prefeitura, onde era a Casa Gaúcha. A principal contribuição da Gazeta Pedritense, na primeira fase, foi publicar artigos e fazer campanha a favor da abolição da escravatura. O mais importante, sem dúvida, foi a publicação do “Ao Brioso Povo Pedritense”, artigo do Barão do Upacarahy, que resultou na fundação do Clube Abolicionista em 1884. Além de ser o primeiro órgão da imprensa local, ele relatou fatos e dados da vila e da cidade de Dom Pedrito em seus múltiplos aspectos.

 O “Ponche Verde” – Fundado em 21 de fevereiro de 1932, por João de Deus D`Mutti. Sua gráfica, no início de 1962, esteve à Rua Bernardino Ângelo, nº 42. A máquina impressora, em seus primórdios, foi comprada da gráfica de um jornal de Pelotas que encerrara sua atividade. Com o passamento de João de Deus, em 1936, Castorina (Dadá) da Cruz D´Mutti, sua viúva, assume a direção do jornal, que contava, apenas, quatro anos de tiragem, e o mantém, embora com sérias dificuldades. Durante a fase ditatorial de Vargas, sua publicação foi suspensa por um mês. Em 1º de janeiro de 1953 o Ponche Verde foi vendido para uma “Sociedade em Organização”, tendo como diretor responsável Dr. Bernardo Munhóz. Em 1962, o jornal, que circulava duas vezes por semana, passa a ser semanal, publicando-se aos sábados, sendo a gráfica localizada à Rua Duque de Caxias. Com o passar do tempo e o avanço das técnicas de impressão, o jornal passou a ser impresso em gráficas maiores e mais modernas, como acontece até hoje.

 Jornal “Folha da Cidade” – O Folha da Cidade surgiu no ano de 1996, em 18 de abril, mais precisamente, quando circulou sua edição nº 0. Teve como primeiro Diretor Geral Henrique Borges, proprietário da Criativa Comunicação e Propaganda. Com uma linha noticiosa e informativa, circulava, naquela época às quintas-feiras. Mais tarde passou à propriedade do Grupo FML, de Jesus Melleu da Fontoura, Geancarlo Loreto Laus, Luis André Freitas Báslsamo e Gelton Alex Freitas Alves, e assim, permanece até os dias de hoje. Sua evolução ao longo dos anos deu-se, não só em razão da modernização das técnicas de impressão, que aliás, fazem deste semanário um dos melhores neste quesito, mas também no alcance que tem junto a sua comunidade. Hoje, ele se tornou o jornal impresso de maior circulação em Dom Pedrito, o que demonstra, por conseqüência, a grande aceitação que obteve em mais de duas décadas de existência. O Folha, como é chamado, hoje chega todos os sábados na casa de milhares de leitores em todos os cantos da cidade. Com informações, notícias e matérias especiais, e assim, documenta, semanalmente, em suas páginas, aquilo que acontece na história pedritense.

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