Inspetor Patrício Antunes fala sobre atuação em Força tarefa


Inspetor Patrício Antunes (esquerda) e Lauro Telles, outro grande profissional. 

 Pedritense nato, o inspetor Patrício Antunes, que já tem um trabalho reconhecido como policial em nossa cidade, vem desempenhando há mais de um ano, outras missões. A seguir, ele nos conta um pouco de suas impressões durante o período em que ele está atuando:

 "Estou atuando na Força Tarefa de Combate aos Crimes Rurais e Abigeato desde o mês de agosto de 2016, e acredito ter sido um dos maiores desafios profissionais da minha vida, dado a dificuldade de investigar essa modalidade de crime. Os índices de furto de gado, de defensivos agrícolas, assaltos a residências rurais, roubo de máquinas... entre outros, estavam em uma escala de crescimento preocupante nos últimos anos, foi quando a Polícia Civil gaúcha criou uma Força Tarefa com objetivo de realizar um enfrentamento direto contra os referidos crimes.

 Em 1° de agosto de 2016, então sob a coordenação do Delegado Adriano Linhares, tendo na equipe 7 policiais civis, tiveram início as investigações. No começo foi bem difícil, porque tínhamos demandas preocupantes, e em várias regiões do Estado. Ficou decidido, naquele momento, que iniciaríamos pelo problema dos furtos de gado e defensivos agrícolas que estavam sendo praticados por quadrilhas do município de Cacequi, bandos criminosos que atavam vários municípios, em especial Rosário do Sul, São Gabriel e o próprio município de Cacequi, o chamado “Triângulo do Abigeato”. Nosso trabalho surtiu resultado já nos primeiros meses com dezenas de prisões naquela região. Foram diversas armas apreendidas e localizadas centenas de cabeças de gado bovino furtado. Houve uma expressiva diminuição nas ocorrências de abigeato naquela região após nossas ações.

 Nossa caminhada estava apenas no começo, pois as investigações apontavam que várias quadrilhas e organizações criminosas estavam atuando no Estado com um fim específico: atacar o homem do campo. Algumas até com apelidos no meio rural, como o chamado “Grupo dos Seis” e a “Quadrilha do Caminhão Queimado”. A primeira, que atacava toda Metade Sul, conhecida por se tratarem de abigeatários especializados em furtar gado na forma de carneada e abaterem em média de seis animais em ação criminosa; e a segunda, que atacava em todo Rio Grande do Sul, por, em poucos meses ter ateado fogo em dois caminhões boiadeiros (um em Rosário do Sul, outro em Camaquã) exatamente da mesma forma, após terem atolado, faziam isso para não deixarem vestígios para a polícia, mostrando poderio financeiro e grande estrutura. Focamos no desmantelamento desses bandos criminosos e descobrimos que se tratava de duas organizações criminosas que, juntas, eram responsáveis pelo furto de aproximadamente 2500 cabeças de gado por ano. Duas grandes operações foram realizadas pela Força Tarefa, Operação Cooptare e a Operação Castelo. Ao todo, por conta dessas investigações, cerca de 60 prisões preventivas foram decretadas pelas comarcas de Camaquã, Rosário do Sul, Restinga Seca, Pelotas e Nova Prata.

 Outras operações foram realizadas abrangendo várias cidades gaúchas, entre elas Dom Pedrito, um dos municípios onde mais prisões a Força Tarefa realizou. Ao todo, só em Dom Pedrito, foram 19 pessoas presas pela Força Tarefa. Fato que levou a cidade a diminuir em mais de 50 % os casos de abigeato, se comparados os anos de 2016 e 2017. Em agosto deste ano, por conta da saída do delegado Adriano Linhares, a Força Tarefa passou a ser coordenada pelos delegados André de Matos e Cristiano Ritta, que já estiveram a frente de pelo menos três grandes operações da Força Tarefa: Operação Campo Seguro, Operação Calcário e Operação Alvorada.

 Cabe referir, que em meio às nossas investigações, que já resultaram em 155 prisões, identificamos vários outros crimes andando lado a lado como abigeato, como: receptação, crueldade contra animais, comércio da carne imprópria para o consumo humano, sonegação fiscal, corrupção de servidor público, porte de armas... entre outros. A Força Tarefa recentemente foi homenageada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e pelo Governo do Estado em razão da diminuição de 23,5% dos casos do abigeato no Rio Grande do Sul em 2017, conforme números da Secretaria de Segurança Pública. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas posso dizer que me sinto extremamente feliz em fazer parte dessa equipe de policiais que, com certeza, está fazendo a diferença e honrando o nome da Polícia Civil." Patrício Antunes, Inspetor de Polícia.



Postar um comentário

0 Comentários