Uma segunda Dom Pedrito

Uma segunda Dom Pedrito

 Embora o assunto pareça um tanto mórbido, ele recorrentemente, bate à porta de todos, indistintamente. Trata-se realmente de uma cidade dentro de outra, pois todos, mais cedo ou mais tarde vão estabelecer residência nos altos da Rua Coronel Longuinho, esquina com a Rua Moreira Cesar. Falamos unicamente do ponto de vista material, sem levar em conta crenças e mesmo a falta dela. A exemplo de quando os moradores dessa cidadela se encontram "vivos" o que distingue uns dos outros, quanto ao aspecto material, é apenas o exterior, aquilo que enfeita, adorna o corpo, que por sua vez, interiormente, faz-se igual para todos os seres humanos, independente de cor, credo, condição financeira, nacionalidade, etc. Isso sem falar no fator genético, que nos iguala de maneira surpreendente. Na segunda Dom Pedrito acontece algo semelhante. Na última morada, como reza o ditado, o acabamento mais ou menos rebuscado dos sepulcros não interfere no processo a que toda a matéria orgânica na natureza está sujeita. Todos sofrerão à ação dos microorganismos e a matéria que um dia deu origem à formação de um corpo humano, agora voltará ao reservatório universal da natureza, e servirá de matéria prima para geração de outras formas de vida. É a lei da natureza. 

 Do exposto, pode-se chegar à seguinte conclusão: Nada na vida, independente da posição em que se esteja, irá influenciar no único destino reservado a toda a criatura. Brancos e negros, pobres e ricos; cultos e incultos, todos irão fatalmente, mais cedo ou mais tarde, acabar no endereço final. 

 Porém, aproveitar a vida de forma que ela valha a pena não significa sair em uma carreira desenfreada fazendo tudo o que venha na cabeça, isto já é libertinagem. Fazer a vida valer à pena, será, entretanto, viver aproveitando o que ela tem de bom, sem prejudicar quem quer que seja; fazer valer o seus direitos, sem adentrar no direito alheio; ser amigo e leal, sem parecer bobo ao olhos dos outros; realizar o bem indistinto, sem esperar retribuição; abraçar e beijar nossos entes queridos, como se o amanhã não existisse. Enfim, viver tendo a consciência de que ninguém é mais que ninguém. O que acontece por vezes é o fato de a pessoa estar em uma posição com maior destaque que as outras, mas despidos de títulos e cargos, todos somos iguais!



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