Silvio Bermann


 Informação fornecida pelo gerente da Sosal – empresa responsável pelo transporte coletivo na área urbana de Dom Pedrito -, Airton Canabarro: das 65 paradas de ônibus, em todo o roteiro que circunda a cidade, não chega a 20 o número das sinalizadas, isto é, aquelas que possuem placas que indicam que o ônibus para ali para apanhar passageiros. Vai mais longe: é menor que 10 o número de abrigos ao longo desse roteiro, o que significa: no restante dos pontos, os usuários ficam submetidos à intempérie enquanto aguardam para pagar R$ 2,70 por uma passagem, o que não é nada barato se levarmos em conta o poder aquisitivo de um assalariado, via-de-regra o que mais utiliza desse tipo de transporte.

 A situação é insustentável, principalmente quando o poder público se omite de apresentar uma solução para o problema. No contexto, ante a presumível carência de recursos para que os abrigos sejam construídos (uma vez que, de acordo com o diretor do Departamento de Trânsito da prefeitura, tenente Romeu Ferreira, a administração municipal já deu sinal verde para que o setor de confecção de placas providencie na elaboração destas), sugere-se que os abrigos sejam viabilizados através de uma Parceria Público-Privada (PPP), com empresas interessadas bancando os custos de sua construção e, em troca, detendo a prerrogativa de ali colocar sua propaganda durante determinado período de tempo.

 O vereador Douglas Peralta (PSDB) já apresentou uma ideia nesta direção, que tramita na Câmara de Vereadores e, espera-se, encontre ressonância no Executivo Municipal.

Silvio Bermann
 Para irmos, então, diretamente ao ponto: para que a PPP seja viabilizada, é fundamental que a Secretaria de Planejamento elabore um projeto de modelo de abrigo para usuários de ônibus, algo que precisa ser regulamentado de maneira que os eventuais empresários interessados possam se candidatar a tal subsídio, já sabedores da área, estilo arquitetônico, etc, a ser construído e, também, de que forma poderá obter o retorno publicitário para seu investimento. Simples, porém nem tanto se levarmos em conta que os meandros burocráticos são excessivamente demorados. Para se ter uma ideia, desde setembro de 2014 o diretor do Departamento de Trânsito, segundo disse, protocolou o pedido para que fosse providenciada a sinalização das paradas de ônibus, o que ainda não aconteceu, decorrido praticamente um ano.

 Por derradeiro, o poder público deve ter a sensatez e, também, a humildade para, uma vez admitindo não possuir recursos para investir em tudo o que a comunidade necessita, pelo menos facilitar ao máximo possível e agilizar sua máquina administrativa para que a iniciativa privada – competente e ágil, como sempre – possa colaborar no que lhe for possível. Do contrário, teremos de acreditar naquela velha máxima que diz ‘não faz e não deixa ninguém fazer’. Carpe diem!

 (Crônica publicada em 15 de agosto de 2015. Atualizando as informações, a situação das paradas de ônibus em Dom Pedrito continua deplorável. Deposito minhas fichas, agora, no novo governo, para agilizar o projeto idealizado pelo ex-vereador Douglas Peralta, ou, então, para desenvolver ideia melhor. Está lançado o desafio.)

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