Andressa: a pedritense que atravessou o mundo


De todos os intercambistas de Dom Pedrito que participaram do Programa de Intercâmbio de Jovens (PIJ) do Rotary Internacional, a jovem Andressa Lopez Soares foi a que esteve mais longe de casa, vivendo por 10 meses na Terra do Sol Nascente – o Japão, e talvez enfrentando o maior choque cultural dentre todos, considerando-se as diferenças entre a milenar civilização nipônica e a brasileira. Abaixo, a narrativa de Andressa sobre sua viagem:

“Olá, meu nome é Andressa e eu passei 10 meses no Japão. Foi uma experiência muito boa da qual não me arrependo, mas não foi nada fácil. Quando cheguei lá estava desesperada, não entendia uma palavra do que eles falavam e me sentia muito sozinha. Percebi que estava do outro lado do mundo e completamente sozinha. Mas esse sentimento foi se desfazendo aos poucos à medida que fui me adaptando.

A principal dificuldade que tive foi aprender a língua, que eu considero muito difícil. O fato de eles utilizarem 3 tipos de caracteres dificultou bastante. Com a ajuda do inglês, que eles falam bem pouco, fui conseguindo assimilar algumas palavras. Mas para conseguir me comunicar melhor levou mais de 3 meses. Por isso foi mais complicado ainda fazer amizade com meus colegas, além do fato de eles serem muito tímidos.

A escola era muito rígida, não podíamos usar o celular nem durante os intervalos e havia várias outras regras em relação ao uniforme e comportamento, as quais eu levei um tempo para me adaptar. Eu morava na cidade de Kounosu, no interior de Saitama. Ficava a 1h de trem de Tóquio, onde eu ia frequentemente passear nos finais de semana.

As principais fontes de entretenimento dos japoneses são os "Game Centers" e os "Karaokes". Como meus colegas eram muito ocupados com os estudos, eles não tinham tempo para sair comigo. Por isso, eu saia mais com os outros intercambistas, com quem fiz boas amizades e adorava conversar sobre nossas diferentes culturas. O inverno no Japão é bem frio, em alguns lugares neva por meses. Na minha região só nevou uma vez, mas tive a oportunidade de viajar e esquiar, o que foi maravilhoso. Descobri que gosto tanto das montanhas quanto de praia e isso foi o mais incrível para mim, experimentar coisas que eu nunca tinha pensado em fazer.

A alimentação não foi um problema, os pratos mais ‘diferentes’, como soja fermentada (Nato) e ovo cru eu estranhei um pouco no início, mas depois acostumei. De resto, amei desde o início. Os japoneses são muito solícitos e prestativos, isso foi o que mais me chamou atenção neles, ao pedir informações na rua mais de uma vez as pessoas deixaram o que estavam fazendo para levar a mim e meus amigos até o lugar que pedimos. Mas isso não era uma regra, me deparei com japoneses bastante grossos e estúpidos também. Além disso, achei os japoneses muito frios nas relações interpessoais, o que me fez dar valor ao ‘calor’ e alegria dos brasileiros e acredito que essa tenha sido a maior lição.

Tive três famílias hospedeiras e todas foram muito atenciosas comigo, cada uma com suas peculiaridades, mas nunca tive problemas. Visitei lugares lindos e fiquei encantada pelo país. Foi um ano muito bom e eu amei conhecer pessoas tão diferentes de mim, aprender outra língua e experimentar coisas novas. Gostaria que todos os jovens tivessem essa oportunidade e que quem tiver aproveite. Sou muito grata a todas as pessoas que ajudaram meu sonho a virar realidade, a meus pais que sempre me apoiam em tudo, à minha família e ao Rotary Ponche Verde, que foi meu clube patrocinador".

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