Situação de Emergência


 O clima de apreensão, justificado pelas perdas já registradas nas lavouras e pela projeção de que mais quebras ainda aconteçam, somado à difícil situação das estradas vicinais para escoamento da safra, tudo isto agravado pelas chuvas que quase não dão trégua ao município, determinarão que o prefeito Lídio Bastos decrete Situação de Emergência em Dom Pedrito, o que é aguardado para meados desta semana.

 Reuniões das Forças Vivas integrantes da Defesa Civil do município e setores produtivos com a administração municipal já vêm balizando essa decisão anunciada, tendo a última delas acontecido na Associação dos Agricultores de Dom Pedrito (AADP), na terça-feira passada (19), às 14h, conforme o registro fotográfico nesta página, ocasião em que se fizeram presentes: prefeito Lídio Dalla Nora Bastos, vice-prefeita e coordenadora da Defesa Civil, Adriana Torres Lara; secretário municipal de Obras, Marco Antônio Piriz; presidente da AADP, Jair Rossato; chefe da Emater/Ascar, Walney Lucas Moreira; presidente do Sindicato Rural, José Roberto Pires Weber; presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Florício Barreto; engenheiro agrônomo Renor Soncini; gerente da CEEE-D, Lionso Furtado Ribeiro; representante da 3ª Companhia de Engenharia, tenente Kettz; chefe do Irga (Instituto Riograndense do Arroz), Gelson Faccioni; presidente da Apea (Associação Pedritense de Engenheiros Agrônomos), Marcos Soncini.

 De acordo com Walnei Moreira, as secretarias municipais e os profissionais e entidades de assistência técnica ficaram de entregar à Defesa Civil, entre ontem, sexta-feira, e esta segunda-feira (25), o mais tardar, seus levantamentos e laudos, que embasarão a decretação da Situação de Emergência pelo prefeito. “De forma concomitante, a Defesa Civil do município lança os dados no sistema nacional enquanto o prefeito assina o decreto, o que deverá acontecer quarta ou quinta-feira próximas”, projeta o chefe da Emater.


ARROZ ‘ACAMADO’, 
SOJA ABRINDO VAGEM

 O presidente da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito, Jair Rossato, lamenta que as chuvas e o vento venham ‘acamando’ o arroz, o que já provoca perda na colheita. “E a parte ainda não colhida da lavoura de arroz é aquela plantada ‘no tarde’, que já tem a produtividade reduzida; por outro lado, parte da soja já está passando de madura, abrindo vagem e caindo os grãos”, explica, acrescentando que a quantificação das perdas dependerá de uma série de fatores, principalmente o comportamento do clima.

ESTRADAS 
E CASCALHO

 Sobre a situação das estradas, Rossato considera que, por um lado, “(...) o secretário Totonho (Marco Antônio Piriz) e sua equipe estão fazendo o que podem”, mas, por outro lado, afirma que “(...) a contribuição do agronegócio à economia não volta o suficiente, percentualmente, ao campo. É claro que o clima está prejudicando, mas se nós tivéssemos (o retorno) que merecemos, as estradas estariam melhores”.

 Já o vereador Jorge Vogel (PP) demonstra preocupação com o pouco que ainda resta de cascalho para a secretaria de Obras. “Da última compra que a prefeitura fez, de 7.500 m3, resta só 1.800 m3, o que dá para uma semana de trabalho”, afirmava o parlamentar no final da semana passada. Acrescentava que também não se sabia se o cascalho da emenda do deputado Alceu Moreira seria disponibilizado ainda nesta safra, informando que a Caixa Econômica Federal (CEF) havia exigido que fosse feita a cubagem de todo o produto, antes de liberá-lo à prefeitura, o que seria praticamente inviável economicamente para a empresa que vendeu o produto, já que o empresário Delmar Mena (Marzinho), para colaborar com o município, já fez um preço bem abaixo do de mercado e a cubagem (dispor em montes, para a medição) implica em um investimento considerável em máquinas, combustível e horas de trabalho.

TÉCNICOS DA CEF VIRÃO 
A DOM PEDRITO

 O secretário Piriz, na quarta-feira passada (20), revelou que a CEF enviará técnicos a Dom Pedrito nos próximos dias, uma vez que a instituição flexibilizou e está disposta a liberar a primeira parcela dos 33 mil metros cúbicos de cascalho adquiridos através da emenda do deputado Alceu Moreira. “Serão cubados cerca de 5 ou 6 mil m3 do cascalho já extraído, o resto ainda tem que escavar, mas esse cascalho é específico para ser depositado conforme o Plano de Trabalho previamente apresentado pela prefeitura”, arremata o secretário de Obras.  Já a prefeitura, anuncia, irá comprar emergencialmente, sem licitação, mais 3 mil m3, o suficiente, de acordo com o secretário, para atender-se a necessidade das estradas durante a safra em curso. 
 O cascalho comprado com recursos da prefeitura está sendo liberado, também, aos produtores que o solicitam para colocação de cargas em pontos críticos onde esses particulares, com seus próprios maquinários, estão ajudando a recuperar.

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