Viagem à Romênia - Experiências de uma intercambista

  A jovem Maria Antônia Gonçalves, de apenas 16 anos de idade, viveu, por sete meses, uma extraordinária experiência de vida, período em que morou, com duas famílias ‘adotivas’, na Romênia, país do Leste Europeu, na condição de intercambista de Rotary Internacional. Ela conta, com suas próprias palavras, uma síntese dessa aventura, narrada a pedido do jornal Folha da Cidade:

  “Então é isso, ou melhor, foi. Minha jornada conhecendo um lugar jamais imaginado ou inesperado termina aqui. Deixei a Romênia, e como a última coisa que ouvi da minha família no aeroporto antes de embarcar, 7 meses atrás, 'Agora és tu e o mundo', se fez real. Apesar de todos os desafios que suplantei, as dificuldades que vivenciei sozinha, sem um consolo, uma segurança ou ao menos um abraço, apenas incertezas formaram peças fundamentais na formação de uma nova eu, diferente, que amadureceu, ou de fato, apenas viveu com princípios e coragem para agora estar pronta a uma outra fase, ou apenas um novo começo: enfrentar o chamado "mundo".

  Como uma criança, comecei a aprender a língua, provar as comidas, conhecer os costumes, escutar os novos sons, caminhar e cair, chorar e rir, misto de sensações novas, de começar do 0 com 16 anos. 
Contudo, voltei  para o meu país, minha casa, família e amigos, mas deixei uma parte de mim (na Romênia), pois tenho tudo isso lá também.

 Gostaria de agradecer por toda ajuda e incentivo da minha família, que por mais difícil que tenha sido encarar a realidade batendo a nossa porta, escancarando novas verdades junto ao meu grito de independência, exigindo os sentimentos temerosos de segurar e soltar, acolher e libertar, me deixou viajar 18.000 km e construir uma nova vida, na qual eles não fariam parte. Também quero agradecer principalmente às minhas famílias da Romênia, que me acolheram, e me ajudaram nesta trajetória. Ao Rotary e Distrito 4780 que me enviou e auxiliou, e mesmo de longe guiou, nesse caminho no qual não tinha mapa nem direção.

 Aquele sentimento de sair de casa e estar esquecendo alguma coisa e não saber o que, me acompanhará todo caminho de volta, construí uma vida por 16 anos, deixei para construir outra por 7 meses na qual deixarei para sempre. Na minha bagagem, além de excesso de peso e memórias, levarei as lições, aprendi a ter mais paciência, humildade e pedir por ajuda, problemas antes considerados o fim do mundo, são apenas virgulas em textos com reticências.  A valorizar mais meu país e com certeza amar muito mais minha família.  Que o tempo pode ser um grande amigo, ou o pior inimigo. 

 Que não dependo mais do porquê, e sim de um como. 
 O lar é onde meu coração está, e está pra trás, o mundo está a minha frente. Sucedi as mais difíceis experiências da minha vida em que posso dizer que vivi meus sonhos, porque vivi meus medos.”

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