Polícia Civil e Ministério Público deflagram operação ‘Aliança Sombria’ no sistema prisional gaúcho

 


 A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) de Bagé, em conjunto com o Ministério Público de Bagé, deflagrou na manhã desta terça-feira (1º) a Operação ‘Aliança Sombria’, voltada ao combate à corrupção no sistema prisional do Estado. A ação é executada em conjunto com a Corregedoria e o Grupo de Ações Especiais (GAES) da Polícia Penal do RS, e a DRACO de Santa Rosa, e contou com a participação de 30 policiais civis.

A operação teve como alvo um esquema criminoso que envolvia o ingresso sistemático de aparelhos celulares na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), mediante corrupção de um policial penal, que recebia vantagens indevidas para facilitar o acesso de detentos aos dispositivos. Ele é apontado como elo ativo do grupo criminoso liderado por um dos apenados, chefe de uma facção criminosa bageense, identificado através das iniciais T.R.L.F, e atualmente recolhido na PASC.

As diligências foram cumpridas simultaneamente nas cidades de Bagé, Charqueadas e Santa Rosa, incluindo os seguintes estabelecimentos prisionais: Presídio Regional de Bagé, Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas e Presídio de Santa Rosa. De acordo com a PC, foram executados mandados de busca e apreensão em residências, celas e armários dos alvos, com apreensão de celulares, documentos e mídias que servirão à instrução da investigação.

A Justiça determinou medidas cautelares para conter os crimes, dentre elas o afastamento imediato do policial penal das funções públicas e o bloqueio de contas bancárias e bens patrimoniais dos envolvidos, cujas movimentações financeiras são incompatíveis com suas rendas lícitas. A Polícia Civil destaca que o servidor movimentou mais de R$ 2,3 milhões nos últimos dois anos, segundo os relatórios técnicos da investigação, apesar de seus vencimentos modestos como servidor em estágio probatório.

As investigações identificaram transferências bancárias que comprovam o pagamento para permitir o ingresso de celulares na prisão, articuladas por intermediárias do grupo criminoso, inclusive com o uso de contas em nome de terceiros. O material coletado reforça a atuação estruturada e permanente da associação criminosa, com divisão clara de tarefas entre os participantes.

O Delegado Cristiano Ritta, titular da DRACO, destacou que a Polícia Civil e o Ministério Público de Bagé reafirmam seu compromisso com o combate ao crime organizado e à corrupção, especialmente quando envolvem agentes públicos que atuam em setores sensíveis da segurança pública.

A integração entre as forças e a atuação do Poder Judiciário foram essenciais para a operação.

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