De acordo com os dados analisados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag) no documento Expectativa de Vida RS, enquanto uma pessoa tem expectativa de viver 80,1 anos na região do Corede Norte (abrange o município de Erechim), na área do Corede Campanha (Bagé, Dom Pedrito, Candiota, Lavras do Sul, Hulha Negra e Caçapava) esse número cai para 75,08 anos. No Estado, a expectativa média de vida é estimada em 76,89 anos.
Os Coredes Nordeste (80,05 anos) e Serra (79,4) acompanham o Norte no topo do ranking, enquanto os Coredes Sul (75,13) e Fronteira Oeste (75,47) seguem o Campanha na parte de baixo da lista.
O período 2016-2018 aponta ainda para um aumento de 1,3 ano na expectativa média de vida dos gaúchos (de 75,59 para 76,89 anos) quando comparado com o triênio 2010-2012, o primeiro analisado no estudo pela equipe do DEE. No início da década, a diferença máxima era de 3,96 anos.
Produzido pela pesquisadora Marilene Dias Bandeira, da Divisão de Indicadores Conjunturais do DEE, o documento retoma a análise do departamento sobre os dados de expectativa de vida, interrompido com a extinção da Fundação de Economia e Estatística (FEE) em 2017. Os números finais foram obtidos a partir de dados fornecidos pelo DEE, pelo Departamento de Informática do SUS (Datasus) – vinculado ao Ministério da Saúde – e pela Secretaria Estadual da Saúde.
De acordo com Marilene, os indicadores que permitem o cálculo da expectativa de vida são importantes como instrumentos para avaliar as condições sanitárias, de saúde e de segurança de uma localidade, além de fornecer elementos para avaliação de políticas públicas em andamento.
“Este olhar com foco por Corede é importante para expor as diferenças regionais do Rio Grande do Sul e estimular o poder público e toda a sociedade a planejar e cobrar a execução de políticas públicas que beneficiem a população”, afirma.
Diferenças regionais
No Estado, no período entre 2016 e 2018, os Coredes localizados na Metade Sul dominaram a lista das regiões com menor expectativa de vida. Dos 28 conselhos, 11 apresentaram números inferiores à média do RS (além de Campanha, Sul e Fronteira Oeste, constam nessa lista Vale do Rio dos Sinos, Jacuí-Centro, Paranhana-Encosta da Serra, Litoral, Vale do Rio Pardo, Metropolitano Delta do Jacuí, Alto Jacuí e Centro-Sul).
Considerando o período entre 2010 e 2018, a expectativa de vida ao nascer da população gaúcha teve um acréscimo de 1,72%. Os Coredes Norte, Vale do Caí, Nordeste e Hortênsias apresentaram os maiores crescimentos, com percentuais acima de 3%. As variações mais baixas ocorreram nos Coredes Centro-Sul, Sul e Campanha, com valores abaixo de 1%.
Expectativas para homens e mulheres
Entre 2010 e 2018, a expectativa de vida média dos gaúchos teve um acréscimo de 1,3 ano, passando de 75,59 anos para 76,89 anos. Entre as mulheres, o número cresceu de 79,31 anos para 80,65 anos, enquanto a expectativa média dos homens passou de 71,82 anos para 73,11. Óbitos por causas externas, como acidentes, homicídios e suicídios, que afetam em maior proporção a população masculina, explicam grande parte da diferença de 7,5 anos na expectativa de vida de homens e mulheres.
Coredes
Os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) foram criados oficialmente pela Lei 10.283, de 17 de outubro de 1994, e são um fórum de discussão para a promoção de políticas e ações que visam ao desenvolvimento regional. Atualmente, o Estado conta com 28 Coredes, que são espaços para promoção do debate, elaboração de diagnósticos sobre a realidade local e formulação e implementação de políticas de desenvolvimento integrado das regiões.
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