Plano de Mobilidade Urbana terá de enfrentar problemas históricos


 Iniciado em 20 de junho deste ano, o Plano de Mobilidade Urbana de Dom Pedrito será uma ferramenta para que esta administração e  as que se seguirem, possam enfrentar graves problemas relacionados ao trânsito na Capital da Paz.

 Cidade projetada em meados do século XIX, Dom Pedrito, que teve em Bernardino Ângelo, um dos responsáveis pela transferência da capela para um local mais elevado, onde a cidade se desenvolveu, por certo não imaginava que no futuro existiriam tantos veículos transitando pelas ruas pacatas da vila. O problema não ficou somente no número, mas no tamanho e no peso cada vez mais elevado dos veículos, o que certamente contribui para que suas vias sejam danificadas de tempos em tempos. O problema, ao longo do tempo, não se resumiu ao trânsito de automóveis, motocicletas e caminhões, o aumento da população tornou a circulação de pedestres cada vez mais importante no contexto do trânsito. O regramento estabelecido pelo Código Nacional de Trânsito, por si só não é capaz de resolver este que é um problema comum a todas as cidades, sendo necessárias medidas locais, levando em consideração as suas particularidades para que a mobilidade seja mais eficaz e eficiente.

 O Plano de Mobilidade Urbana que a prefeitura vem, por força de lei, desenvolvendo, é apenas uma etapa para que Dom Pedrito tenha um trânsito mais seguro. O documento prevê, entre tantas coisas, transporte público, transporte escolar, áreas de estacionamento, pontos críticos de acidentes. Nesse contexto entra, sem dúvida, a infraestrutura viária, ou seja, as condições das ruas deverão merecer bastante atenção, uma vez que é por elas que quase todo o plano está assentado, literalmente.

 Outra questão que hoje é um grande problema, são as calçadas ou os espaços a elas destinado. Como a maioria das ruas da cidade não possui pavimentação, o local destinado ao passeio público, leia-se "calçadas", obviamente também não existe. Bom, esse, dos males, é o menor. A dificuldade maior se apresenta nos locais onde existem as calçadas. Não há um padrão estabelecido e cada morador a constrói da maneira que bem entende. O resultado é que elas acabam oferecendo enormes dificuldades para pedestres ou cadeirantes. São declives que dificultam ou mesmo impossibilitam a passagem, degraus, rampas, placas, buracos que se constituem verdadeiros obstáculos e o espaço que deveria servir para facilitar a locomoção, termina por oferecer riscos aos que por elas se aventuram.

 Ao fazer os registros fotográficos de algumas calçadas, deparamo-nos com Paulo Sérgio Rodrigues Rodrigues, cadeirante há 13 anos, que nos contou das dificuldades em se locomover em Dom Pedrito. Ele enumerou como sendo os maiores desafios para pessoas com dificuldades de locomoção, os buracos nas calçadas, rampas que avançam pelas mesmas, carros estacionados nos acessos a eles destinados e a educação, ou a falta dela por parte dos condutores que, por vezes, ficam até bravos em ter que esperar que concluam suas travessias, constituindo-se esta, outra demanda a ser trabalhada pelo futuro documento.

 A melhora na sinalização, a possível instalação de semáforos em outros pontos da cidade, certamente estarão presentes no documento que tem previsão de aproximadamente 12 meses para ser concluído. Estabelecer uma forma mais eficiente de fiscalização também é algo que precisará constar no estudo que está sendo feito, seja através de agentes de trânsito ou guarda municipal. Depois disso, o grande dificuldade para os gestores atuais e futuros, será implantar efetivamente as medidas que foram identificadas como necessárias no Plano de Mobilidade Urbana, ou seja, a prefeitura terá que por em prática tudo aquilo que o documento contemplar, o que será outro desafio, visto que qualquer medida no sentido de dar forma a essas metas irá gerar custos, num cenário de dificuldades financeiras que os municípios enfrentam.

 Não é uma tarefa fácil, mas é extremamente necessária e o primeiro passo já foi dado pela atual administração. Cabe à comunidade se somar nesse esforço e, como ator principal do trânsito, contribuir desde já para que ele seja o mais harmônico possível, evitando prejuízos que vão desde gastos que se podem evitar até a vida das pessoas, que no final das contas é o que mais importa nesse cenário.

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