Coluna Espírita


Reflexões oportunas

 É impossível não trazer para as reflexões que fazemos nesta coluna, o atual momento sociopolítico pelo qual atravessa o Brasil. Aliás, de todos esses episódios vividos nas últimas três semanas, afloram importantes e graves constatações, dentre elas, o fato de que a grande maioria das pessoas, quase que a totalidade, ainda não adotou para si um comportamento minimamente cristão, do qual se diz a grande maioria das pessoas – somos cristãos, sim, mas sem o Cristo dentro de nós. É esta uma triste realidade, e que demonstra o quão longe estamos todos de alcançar a tão almejada perfeição. Senão vejamos: diante da mínima possibilidade de escassez de alguns produtos, como a gasolina, alimentos, gás de cozinha, o que fez a grande parte das pessoas? Tratou logo de comprar o máximo daquilo que julgavam indispensável para sua subsistência, sem levar em conta a necessidade do próximo, sem pensar que se o consumo diário se mantivesse normal, sobraria para todos, mas não, cada um procurou “puxar a brasa para o seu assado”, como diz o adágio popular. Mais uma vez, foi o egoísmo campeando solto nos corações invigilantes, logo esse defeito tão combatido por Jesus e que faz parte de muitas de suas máximas. Mostra, também, esse comportamento observado nos últimos dias, que a grande maioria das pessoas considera mais importante a satisfação das necessidades pessoais e a manutenção do atual estado de coisas, do que a vida futura, aquela em que nos encontraremos todos, depois de cerrados os olhos da carne, onde quem age assim, não se apercebe da fatuidade existente nesse modo de ver a vida, que esquece por completo que somo seres, antes de tudo, espirituais. Infelizmente, foi uma triste constatação, ver que grande parte das pessoas não está preparada para praticar a solidariedade, o desprendimento, agindo a cada dia em que as manifestações se intensificavam, como se aquele fosse o último dia de uma vida exclusivamente material. Talvez isso se justifique se levarmos em conta o pensamento de cada um, que avalia o mundo como sendo apenas esse amontoado de misérias por todo lado. Talvez as pessoas, com os olhos fechados para as realidades do espírito imortal, não se deem conta de que é justamente nos momentos de crise que se passa que é preciso demonstrar maior resistência, e não é um pequeno temporal pelo qual passamos que irá derrubar a árvore frondosa de nossas existências. É oportuno ressaltar, quando mencionamos os ensinamentos do Cristo, que o Brasil teve transplantada para si a árvore do evangelho, significando, portanto, que nosso país, ainda jovem como uma pátria promissora que é, ainda tem muito que conquistar, não constituindo essas curtas tempestades morais, o seu fracasso como nação. Outra ponto a se considerar é que, a espiritualidade maior não está alheia a todas esses acontecimentos, não, o Brasil recebeu uma missão importante e seu povo deverá em tempo oportuno dar cumprimento aos desígnios do Cristo. Não é a toa que o Espiritismo, embora nascido no seio da intelectualidade europeia, encontrou no Brasil o solo fértil para crescer e se tornar o esteio da doutrina libertadora, a propagadora do cristianismo redivivo. É importante, reiteramos, compreender que as crises vem e vão, delas devendo se sair mais forte do que antes, com o espírito mais resistente para os embates futuros. Estar ciente de sua responsabilidade como pessoa humana é o dever de toda criatura e pode fazer toda a diferença em situações de crise como a que fomos testemunha durante as últimas semanas por ocasião da greve dos caminhoneiros. Faz-se necessário, portanto, saber que somos criaturas imortais, possuidoras de uma consciência milenar, com amplas oportunidades pela frente, para que não venhamos a nos comportar como nossos irmãos menores da criação, que só visam a obtenção do alimento diário e a preservação da espécie. Somos muito mais do que isso, somos filhos de Deus, e para ele nos dirigimos à medida que caminhamos mais ou menos rápido na estrada da existência.
 Pensemos nisso!



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