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| Coluna da edição de 26 de maio de 2018. |
A dor como ferramenta de despertamento
A dor de que tratamos aqui, não diz respeito à dor física, que como define a ciência, pode ser uma resposta do cérebro ativada por estímulos locais. Ela é uma experiência sensorial e emocional desagradável de uma lesão real ou potencial. De fato, todos já pudemos testemunhar os efeitos da dor em algum momento da vida. Mas existem algumas que têm uma função que vai muito além de nos informar que algo não vai bem em nosso corpo físico. Esse tipo de dor nos possibilita acordar para o real significado da vida. É que muitas vezes, o ser humano, absorvido em suas atividades diárias, esquece de dar valor àquilo que realmente importa e faz a diferença na caminhada de cada um. O homem está sempre atrás de novas formas de gozar a vida e na busca pelo prazer material olvida sua origem divina, sua essência individual. Dedicado aos excessos de todo tipo, maltrata o corpo, seu veículo sagrado. Come mais do que precisa; consome drogas lícitas ou não; trabalha em demasia, etc. Como não bastassem essas agressões diretas, existem as que estão ligadas ao nosso modo de vida. Por sermos seres espirituais, todos os nossos atos, pensamentos ou palavras têm influência direta sobre nossa saúde física. Quando emitimos vibrações negativas, essas mesmas vibrações acabam por lesionar nossa estrutura espiritual, o que fatalmente repercute no corpo físico. Esta é uma possibilidade. A outra é quando o ser, embriagado das paixões humanas e desdenhando dos dons que a vida lhe concedeu, recebe através das leis de causa e efeito, o resultado de suas escolhas pretéritas. Muitas vezes, descrendo da própria divindade, a quem sempre repudiou, é precisamente a Ela a quem recorre quando a dor lhe visita. E é justamente esse um dos objetivos que a dor nos traz. Seja ela física, seja ela moral, a dor tem exatamente esse condão de despertar o homem da brutalidade que sempre lhe caracterizou, para as questões afetivas. Ela, como cadinho divino, tem a capacidade de forjar os mais empedernidos corações e assim expurgar dele todas as impurezas. A dor, remédio amargo, mas salutar, é capaz de curar as mais enraizadas doenças morais, faz vergar os joelhos do orgulho e da vaidade. Através dessa sagrada ferramenta, o espírito que já alcançou certa dose de razão, pode dela se servir para mais rapidamente evoluir. O fato, é que a dor, sob qualquer aspecto, tem essa faculdade de fazer o homem acordar de suas ilusões. A dor consegue fazer vibrar as fibras mais recônditas do homem. Corações de pedra fazem-se pó. Poderíamos evoluir sem ela? Evidente que sim, e é o que acontece, embora com pouca frequência, mas como somos dotados do livre arbítrio, escolhemos o caminho do prazer imediato e fugaz, o caminho ilusório do ganho fácil e sem base. O resultado natural desse desrespeito às leis naturais é justamente ou simplesmente a colheita da sementeira do passado. Enquanto o homem não encontrar o seu sentido existencial, será qual embarcação sem leme navegando nas águas revoltas da incompreensão. Quando a dor nos visitar, sejamos dóceis e nos perguntemos que ensino, dela podemos tirar, pois que sendo Deus a infinita justiça e bondade, justas e boas deverão ser todas as ocorrências que nos advêm.
Pensemos nisso!

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