Depois de uma postagem no facebook sobre uma possível negativa de um médico plantonista do Pronto Socorro em acompanhar um paciente para a cidade de Bagé, o assunto agora chegou ao plenário da Câmara de Vereadores.
A fato foi relatado por Thalise Oliveira em um grupo do facebok. Na postagem ela disse: "Um absurdo onde um médico de plantão no hospital daqui cobre 1000,00 reais pra levar o paciente em Bagé numa emergência, pois no dia 16/11/2017 o meu avô estava internado no hospital já havia 2 dias, então sofreu uma parada cardíaca onde teria que ser levado às pressas para a UTI em Bagé. O médico plantonista da noite, em meio ao desespero do meu pai e dos meus tios, se aproveitou da situação e disse que só acompanhava meu avô a Bagé se fosse pago o valor de 1.000,00 reais de imediato, caso contrário não poderia fazer nada. Aí eu pergunto se isso faz parte do procedimento do SUS do nosso hospital? E na situação de uma família sem total condições, com paciente entre a vida e a morte? Deixa morrer! Porque foi isso que o querido médico falou, pois ele não iria arriscar a vida dele, podendo sofrer um acidente na ambulância junto ao meu avô. Profissionalismo passou longe desse médico medíocre, que se preocupou mais com dinheiro do que com seus pacientes.”
Na sessão legislativa do dia 27 de novembro, o vereador Luis Carlos Moraes Costa, por ser também provedor da Santa Casa de Caridade, se pronunciou a respeito. Segundo suas palavras "a Santa Casa é uma entidade filantrópica, ela não é do município, e sim da comunidade. A única ligação é que existe um conselho que a dirige e é presidido pelo prefeito, o restante são entidades. O Pronto Socorro que é de responsabilidade do município, apenas divide a mesma área da Santa Casa, por uma questão de comodidade, porém, são duas entidades distintas. Se uma pessoa precisa ser movimentada para outro município, o secretário de Saúde é comunicado para que tome as providências cabíveis, porque ela (a Santa Casa) não tem poderes para isso. De acordo com Moraes, o Pronto Socorro conta atualmente com dois médico plantonistas das 10h até às 22h, ou seja, das 22h às 10h do dia seguinte o Pronto Socorro dispõe de apenas um médico plantonista.
O fato se deu em razão de corte de recursos. Quando dois médicos ficavam 24h de plantão, este segundo profissional é quem acompanhava pacientes que necessitavam de remoção para outras cidades.
Infere-se do raciocínio do vereador Moraes as seguintes conclusões:
1º - a responsabilidade por este fato é exclusivamente da Secretaria de Saúde;
2º - houve um corte de recursos de um convênio preexistente, e que era usado para essas locomoções;
3º - Se o médico que supostamente se negou a acompanhar o paciente, tivesse terminado seu plantão, ele estaria prestando um serviço particular, caso contrário, estaria desassistindo o Pronto Socorro;
O fato é que o assunto tomou grande proporção na comunidade e caberá agora ao Ministério Público averiguar as responsabilidades, se é que existem.
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