Trinta e cinco hectares de duas lavouras de soja no município foram embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e Secretaria Estadual da Agricultura (Seapi) devido ao uso de agrotóxicos não permitidos para a cultura.
O fato ocorreu no final de fevereiro, quando carpas e traíras foram encontradas mortas nas margens da barragem. Na ocasião, o cheiro putrefação chamava a atenção de quem passava pela barragem localizada próximo a Afucotri.
Na ocasião, o proprietário da área relatou à equipe do Folha da Cidade estar preocupado com o ocorrido, não sabendo explicar o fato. Ele não descartou uma possível sabotagem e destacou que a aplicação de agrotóxicos havia sido realizada da forma correta.
Para verificar o que havia ocasionado a mortandade dos peixes, o analista ambiental e chefe do escritório regional do Ibama, Rodrigo Dutra da Silva, colheu amostra de plantas de soja, peixes mortos e água de três locais distintos da barragem. Exames laboratoriais em plantas de soja foram feitos no Laboratório de Análise de Resíduos de Pesticidas (Larp) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) após a mortandade de peixes ocorrida em barragem vizinha a estas duas lavouras.
Os princípios ativos, Atrazina (herbicida), não liberado para a cultura da soja, e o Carbofurano (inseticida) proibido no Rio Grande do Sul, foram encontrados nas plantas e cada produtor rural foi multado em R$ 25.000,00.
A Seapi interditou a comercialização dos grãos até que se comprove a ausência das substâncias nos grãos, e para tanto a colheita será acompanhada. Já o Ibama embargou as áreas até que se comprove a descontaminação do solo pelos mesmos princípios ativos.
De acordo com o Ibama, o mau uso dos agrotóxicos pode ter contribuído para a morte dos peixes, mas a investigação sobre esta poluição ainda está em curso.
A fiscalização faz parte de ações conjuntas da Comissão de Fiscalização do Fórum Gaúcho de Combate ao Impacto dos Agrotóxicos (FGCIA) coordenado pelo Ministério Público.


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