Idoso só na sua cabeça: pesquisa mostra o novo perfil dos 60+


 Esqueça todas as características que você associa a pessoas idosas. Inclusive, a palavra "idoso". Segundo uma pesquisa nacional sobre o perfil da população com mais de 60 anos de idade, o envelhecimento foi resinificado. Segundo os entrevistados, 73,2% sentem que são mais jovens do que a idade real. Porém, há quem encare a fase com dificuldade, além dos estereótipos e preconceitos sociais.

 Tudo isso vai de encontro as pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro em 2017 era de 76 anos, sendo 72,5 para os homens e 79,6 para as mulheres. Entre 1940 e 2016, houve um aumento de mais de 30 anos na longevidade do brasileiro.

 A pesquisa entrevistou duas mil pessoas, de 60 a 75 anos de idade, pertencentes a todas as classes sociais e residentes em dez capitais brasileiras das cinco regiões do País. A maioria da amostra era do gênero feminino (51,7% ante 47,3% do masculino). O segredo da longevidade é resultado de uma melhor educação em saúde.

 O Folha conversou com Alaide Leal, coordenadora do Centro de Convivência da Família, um espaço em Dom Pedrito destinado a promoção de atividades para todas as idades, mas que em sua particularidade tem recebido o público que faz parte deste perfil que está mudando os costumes. "Nossas usuárias buscam qualidade de vida. Elas procuram o Centro como um local de encontro para novas amizades, muitas gostam de estudar, fazem faculdade a distância, buscam ações de movimento", contou Alaide.  O Centro de Convivência realiza diversas atividades entre jovens, adultos e idosos, com o intuito de aumentar a inclusão social entre todas as idades. Entre as atividades estão: meditação, pilates, dança circular, crochê, tricô, alfabetização de adultos, fisioterapia, violão, flauta, caminhada e osteopatia.

O perfil dos 60+

 A pesquisa identificou, pelo menos, quatro perfis no grupo estudado: os indiferentes (51,1%), que consideram os 60 anos uma idade como outra qualquer; os livres (30,8%), que se sentem à vontade para fazer e falar o que quiserem; os entusiastas (5,1%), para os quais a transição é o início de um novo ciclo cheio de expectativas; e os resistentes (13%), que reconhecem a idade cronológica, mas têm dificuldades para aceitá-la e são saudosistas ao lembrar da juventude. Poucos associam a fase a perdas e declínios (4,9%) ou ao final da vida (4,1%).

Longevidade e saúde mental

 Para Alaide, dançar é exercitar o corpo e a mente, o que a faz se sentir mais jovem e "com a cabeça boa". A aposentadoria pode fazer com que a pessoa se sinta isolada, por isso fora do ambiente familiar ela consegue se sentir em um espaço de liberdade e de descoberta. "Elas gostam de se sentir alegres e de bem com a vida, dispostas a viver sua autonomia", mencionou a coordenadora do centro.
  
 A cidade pode proporcionar boas caminhadas a tardinhas, happy hours e confraternizações, assim como outras atividades, o que você não pode é ficar parado. Afinal, a geração 60+ está ai para mostrar que a idade está só em nossa cabeça. Viva!

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