Silvio Bermann


A história da canção Cacimba começou num sonho

 Luiz Mário Munhoz, conhecido por todos como ‘Pinduca’, é talentoso compositor e cantor, além de ter contribuído substancialmente com o Esporte de Dom Pedrito, setor do qual já foi titular na prefeitura municipal e também sendo o responsável por introduzir aqui o vôlei de praia, que trouxe do Rio de Janeiro, sua casa por muitos anos longe dos pagos sulistas.

 Quem já não se emocionou com sua interpretação de ‘Cacimba’, poesia da saudosa Gisele Bueno Pinto que Pinduca musicou no final dos anos 1970 – sensibilidade e telurismo elevados à potência máxima!?!

 Para quem não sabe, Pinduca participou de vários festivais com essa canção, como Muzambinho, em Minas Gerais, Musicanto de Santa Rosa, entre outros.Cacimba integra o disco Pinduca Acústico, gravado no estúdio de Nelcy Vargas. O compositor observa que os professores do Instituto Artístico Carlos Gomes – o Conservatório Musical de Dom Pedrito – têm feito o que ele qualifica de “brilhantes releituras” daquela obra.

 Mas a história mais impressionante sobre a canção Cacimba, ou seja, sobre melodia e harmonia criadas por Pinduca, foi que tudo surgiu durante um sonho. Ele conta que naquela época morava em São Leopoldo, onde cursava Engenharia Mecânica na Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), curso o qual acabou por trancar a matrícula quando foi morar no Rio de Janeiro. Ele ainda não havia sequer decorado a letra da poesia de Gisele, mas sonhou com a melodia e a letra cantada inteirinha, ou, como diz o Pinda: “redondinha”. Ele acordou e, ainda de pijama, lá pelas 3h da manhã, ‘tirou’ a canção no violão e gravou num velho gravador a pilha. Depois, é claro, foi burilando, até chegar ao resultado final que conhecemos. “Na época eu tinha uma banda, chamada Nono Mês, composta por mim, o Francisco Ferrer (Coti), Sérgio Machado e o saudoso maestro Valdor Moraes. Começamos a ensaiar a canção Cacimba e a defendê-la em vários festivais. A Gisele, que morava em Porto Alegre, sempre que podia viajava conosco”,  relembra. Pinduca, se não tivesse trancado a matrícula do curso superior que frequentava naqueles saudosos idos dos anos 1970, poderia ser, atualmente, um consagrado engenheiro mecânico. Mas, certamente, não teria a bagagem, principalmente cultural, que adquiriu no Rio de Janeiro. Preferimos, então, a pessoa e o profissional que se tornou, diga-se de passagem, também com uma longa e respeitável folha de serviços prestados à imprensa pedritense, atuando nos jornais e emissoras de rádio locais e, ainda, nos últimos anos, desenvolvendo um excelente trabalho na assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores.
 A Página, hoje, presta homenagem ao querido amigo, ao tempo em que relembra a saudosa Gisele Bueno Pinto, que chamava este guerreiro cinquentão de ‘Meu guri’ e que deixou muita saudade entre seus amigos. Carpe diem!

CACIMBA
Letra - Gisele Bueno Pinto
Música – Luiz Mario Munhoz (Pinduca)

O sol com sede bebeu água em teus olhos
A lua fria se aqueceu em teus olhos
O vento triste se alegrou em teus olhos
A sanga cheia se esvaiu em teus olhos
E na cacimba ficou teu amor
Chorando chorando 
Por quem se esqueceu
Da cor dos teus olhos
Da cor dos teus olhos
Da cor dos teus olhos
Da cor dos teus olhos

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