Esta característica, certamente não é uma peculiaridade do povo de Dom Pedrito, ela é um fenômeno humano, observado onde quer que existam pessoas, com destaque para algumas localidades, é verdade. Mas, como fazemos parte de um semanário local, nosso objetivo é o de sempre abordar temas que estejam ligados a nossa comunidade e assim é que trataremos, nas linhas a seguir, este que é um comportamento frequentemente observado em nossa cidade.
Opiniões discordantes fazem parte do processo democrático, todos o sabem, mas nem todos sabem lidar com esta premissa. O que acaba valendo é o individualismo, o orgulho e a vaidade. Quando um destes atributos é ferido em alguém, pronto, é o que basta para que devotadas amizades, que depois se mostram que eram mais aparentes do que efetivas, se transformem em enormes obstáculos entre pessoas. Nós da imprensa, que o digamos. Em uma semana somos amados, porque publicamos alguma matéria que agradava tal pessoa ou setor, na outra, depois de simplesmente fazer jornalismo, contar algo que aconteceu ou irá acontecer, somos partidários, somos tendenciosos, somos amadores, e outros adjetivos mais.
Com o advento das redes sociais então, as pessoas parecem que perderam o senso do que é a vida real. Imaginam, deve ser, que por estar atrás de uma tela, seja de celular, do tablet, ou do computador, podem opinar da maneira que bem entendem, sem que disso resultem consequências. Basta uma opinião contrária a sua, para que seja desencadeado um processo de crucificação, muitas vezes baseadas no comentário logo acima, sem saber de fato sobre o que estão falando. Isso em se tratando apenas de redes sociais - leia-se facebook. Opiniões políticas aqui ganham uma proporção desmedida. Basta, como nos outros casos, que não se concorde com determinado posicionamento para que acalorados debates e as vezes até brigas aconteçam. É o típico caso em que a imprensa, notadamente a escrita, acaba sendo condenada quando apenas cumpre o seu papel de informar e por vezes reproduzir o posicionamento de algumas autoridades municipais, o que mostra a importância que ainda tem um pedaço de papel.
Um caso emblemático chamou nossa atenção recentemente. Foi quando da inauguração de um outdoor na entrada da cidade, pelo consulado do Grêmio em Dom Pedrito. Independentemente de preferências esportivas, a festa estava muito bonita, autoridades importantes do esporte estiveram presentes e colocaram o nome da cidade no cenário esportivo do Estado. Até aí, tudo bem. A festa seguiu com carreata, foguetório até a sede do consulado. Ao anoitecer, um incêndio nas imediações do outdoor quase alcançou a estrutura recém inaugurada.
Ora, é muita coincidência. Foram as próprios usuários do facebook que publicaram eu seus perfis trocas de acusações, uns acusando adversários, que em revide, davam seguimento aos seus posicionamentos, tudo porquê? Por causa de uma simples placa, por causa da incapacidade de tolerar a opinião do outro. Dom Pedrito não foge a regra dirão, mas por ser uma cidade interiorana e relativamente pequena, os problemas que aqui surgem poderiam ser tratados de uma forma bem mais fácil, sem tomar a proporção que vez por outra tomam.
Aprender a se suportar mutuamente, por uma questão de educação simplesmente, já seria um começo. Considerar a heterogeneidade dos caracteres humanos como uma condição do ser, é trabalho que a sociedade como um todo precisa se preocupar, sob pena de nossa cidade continuar se comportando como uma criança mimada.
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